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Mota-Engil nega responsabilidade por surto de febre amarela em Angola

Num direito de resposta publicado no Jornal de Angola, que associou a empresa ao surgimento de um surto de febre amarela em Luanda, a Mota-Engil diz não entender as críticas nem vislumbrar o fundamento das afirmações.

Negócios 02 de Janeiro de 2017 às 11:46
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A Mota-Engil Angola nega, num direito de resposta publicado no Jornal de Angola, "qualquer associação dos trabalhos realizados por esta empresa ao surgimento de um surto de febre amarela".

Num editorial publicado a 25 de Dezembro, intitulado "Mensagem de harmonia expressa em dia de Natal", o jornal associa o grupo de António Mota (na foto) aos problemas de saúde pública registados em Luanda há um ano.

"No ano de 2015, de grande significado para os angolanos, a empresa lusa Mota-Engil foi contratada para reabilitar todos os passeios e ruas da cidade de Luanda. Durante as obras, a construtora vedou com alcatrão toda a rede de esgotos, sarjetas e valas de drenagem das ruas. Quando nesse ano as fortes chuvas chegaram, as ruas ficaram transformadas em rios e no sítio dos esgotos abriram-se crateras que ainda hoje se vêem. Com a acumulação de charcos e lixo, as condições de saúde na capital angolana degradaram-se. A cidade foi assolada por um surto de febre-amarela", escreveu o director José Ribeiro no Jornal de Angola.

"Não entendemos as críticas que nos foram efectuadas no vosso editorial e muito menos entendemos qualquer associação dos trabalhos realizados por esta empresa ao surgimento de um surto de febre amarela. Em nada contribuímos para este, tendo, bem pelo contrário, apoiado as várias medidas adoptadas por entidades oficiais para a sua erradicação", afirma a Mota-Engil Angola no direito de resposta publicado no passado dia 30 de Dezembro.

No direito de resposta assinado pelo presidente do conselho de administração, Paulo Dias Pinheiro, a empresa diz não compreender nem vislumbrar o fundamento das afirmações.

Recorda que é uma sociedade de direito angolano, "e uma parte significativa do seu capital é detida por reputadas entidades nacionais", além de que "tanto a sua administração como as várias direcções integram cidadãos angolanos e muitos dos seus quadros construíram a sua carreira na empresa".

Em 2015, acrescenta, "a Mota-Engil realizou, em devido tempo, a primeira fase de recuperação das Ruas de Luanda, uma obra exigente do ponto de vista técnico pela intervenção em zona urbana. Esta recuperação decorreu, assinale-se, de forma colaborativa com a população luandense".

O grupo refere ainda que "com a concretização dos objectivos previstos para a primeira fase de recuperação das Ruas de Luanda, a Mota-Engil Angola foi reconhecida como entidade seleccionada para a execução da segunda fase, intervindo em outras Ruas não incluídas na primeira intervenção. Naturalmente que o cumprimento dos requisitos de qualidade técnica na primeira fase foram determinantes para que tal pudesse acontecer".

"Reconhecendo o trabalho do Jornal de Angola, estamos certos que, reavaliados os termos com que a Mota-Engil Angola foi tratada neste excerto do editorial, merecemos a devida reposição dos factos, em prol da verdade e da isenção de que somos todos defensores", afirma ainda a empresa, que iniciou a sua actividade em Angola em 1946, na mesma nota.

No editorial de 25 de Dezembro o Jornal de Angola acusava ainda o activista Luaty Beirão de ser financiado por George Soros e Portugal de estar a apunhalar Angola pelas costas.

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