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Bruxelas: Caixa ameaça o défice de 2017

A Comissão Europeia espera que as contas públicas portuguesas melhorem em 2016 e 2017, mas identifica riscos para este ano, nomeadamente a contabilização da injecção de capital na Caixa Geral de Depósitos.

O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, manifestou hoje 'emoção e respeito' pela morte de Mário Soares, que considera 'figura marcante da esquerda socialista europeia'. 'Emoção e respeito pela morte de Mário Soares, gigante da política portuguesa, figura marcante da esquerda socialista europeia', disse Moscovici, numa mensagem divulgada na sua conta na rede social Twitter.
22 de Fevereiro de 2017 às 12:38
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Bruxelas voltou hoje a confirmar que o défice orçamental português deverá cumprir a meta exigida por Bruxelas, ficando nos 2,3% em 2016 (Mário Centeno já garantiu que não ultrapassará os 2,1%). No entanto, para 2017, embora se antecipe uma nova descida, são identificados três riscos principais relacionados com o controlo das contas: a evolução da conjuntura económica, o impacto de ajudas aos bancos e eventuais derrapagens na despesa.

 

"Prevê-se que o défice continue a diminuir para 2% do PIB em 2017, essencialmente em resultado de uma recuperação económica moderada e boas condições de financiamento", pode ler-se no relatório sobre Portugal, publicado hoje pela Comissão Europeia, no âmbito do Semestre Europeu. "Contudo, a incerteza sobre as perspectivas macroeconómicas, o potencial impacto no défice de medidas de apoio aos bancos e possíveis desvios na despesa constituem riscos."

No que diz respeito aos riscos relacionados com a banca, a Comissão refere em específico a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos como uma fonte potencial de derrapagem no défice.

 

Muito se tem debatido sobre os efeitos que a recapitalização pode ter nas contas portuguesas. Por um lado, a Comissão Europeia decidiu que operação não é considerada uma ajuda de Estado. Por outro, o historial de decisões do Eurostat mostram que é provável que acabe por incluir os prejuízos passados da CGD.  

 

Bruxelas explica que a descida do défice prevista para este ano será conseguida com medidas extraordinárias (garantia do BPP e mais dividendos do Banco de Portugal), assim como a recuperação da economia e a continuação, ainda que enfraquecido, do programa de compra de activos do BCE. Depois de ter sido adoptada uma política orçamental expansionista em 2015, a evolução estrutural das contas deverá ser neutra em 2016 e 2017.

No que diz respeito à dívida, observou-se um aumento em 2016 para 130,5% justificado com um aumento do endividamento por parte do Governo para fazer face à recapitalização da Caixa, que deverá ocorrer só este ano. Em 2017, a Comissão espera uma descida para 128,9% do PIB e, em 2018, para 127,1% devido a excedentes primários e mais crescimento económico.

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