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Marcelo optimista quanto à evolução da economia em Janeiro

O Presidente da República diz que é necessário esperar alguns meses para reavaliar as advertências da Comissão Europeia sobre Portugal e sinaliza que a economia teve uma evolução positiva no primeiro mês do ano.

O Presidente da República recordou o antigo chefe de Estado Mário Soares, acima de tudo, como um 'lutador da liberdade', e defendeu que Portugal tem o dever de combater pela 'imortalidade do seu legado'. Numa declaração de cerca de quatro minutos, lida na Sala das Bicas do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que 'Mário Soares nasceu e formou-se para ser um lutador e para ter uma causa para a sua luta: a liberdade', e considerou que esse foi 'o penúltimo combate' que travou. 
'Resta a Mário Soares, como inspirador, travar o derradeiro combate, aquele em que estamos e estaremos todos com ele: o combate pela duradoura liberdade com justiça na nossa pátria comum, que o mesmo é dizer, o combate da imortalidade do seu legado, um combate que iremos vencer, porque dele nunca desistiremos, tal como Mário Soares nunca desistiu de um Portugal livre, de uma Europa livre, de um mundo livre. E, no que era decisivo, ele foi sempre vencedor', acrescentou.
'Travado o seu penúltimo combate, partiu do nosso convívio de todos os dias o Presidente Mário Soares', declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no início da sua intervenção.
De gravata preta, o Presidente da República relembrou momentos marcantes da vida política de Mário Soares, dizendo que, 'como toda a personalidade de eleição, conheceu a glória e o revés, os amores e os desamores de cada instante', e lembrando também que teve ao seu lado 'Maria de Jesus Barroso, sua mulher e sua companheira de luta', que morreu em 2015.
'Há imagens únicas que ninguém esquecerá: a presença corajosa ao lado de Humberto Delgado, a resistência a partir do exílio, a chegada a Santa Apolónia, o discurso na Fonte Luminosa, o debate com Álvaro Cunhal, a disponibilidade para servir como primeiro-ministro em duas crises financeiras graves, a tenacidade no termo da primeira volta das presidenciais de 86, o calor irrepetível no encontro com os portugueses nas presidências abertas, a alegria no diálogo com as gentes da cultura, o sonho de um Timor-Leste independente, a presença na manifestação contra intervenção no Iraque', referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou, acima de tudo, o antigo chefe de Estado, como um lutador pela liberdade, em Portugal, na Europa e no mundo: 'Foi em homenagem à liberdade que se viu perseguido, preso e deportado, e viveu no exílio até 1974. Que por ela se bateu durante os conturbados anos da revolução. Que liderou um partido, fez ouvir a sua voz nos parlamentos, português e europeu, chefiou vários governos, presidiu aos destinos da pátria'.
'Mas foi sobretudo como lutador da liberdade que se revelou determinante a criar a nossa democracia, a votar a nossa Constituição, a ver a lusofonia como comunidade de Estados soberanos e irmãos, a pedir a adesão às Comunidades Europeias e a subscrevê-las, sonhando com uma Europa das pessoas e da solidariedade. A abrir a nossa diplomacia ao mundo, a condenar as violações dos direitos humanos e as intolerâncias internacionais. A defender a igualdade que permitisse a verdadeira liberdade, num quadro de um socialismo democrático', completou.
Bruno Simão
22 de Fevereiro de 2017 às 19:06
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O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje que se tem de "esperar" e reavaliar dentro de alguns meses as advertências da Comissão Europeia sobre Portugal continuar a "experienciar desequilíbrios excessivos".

"Vamos esperar, porque o que interessa é ver o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] se vai continuar como continuou em Janeiro, como parece que sim ou não (...), vai continuar neste primeiro trimestre, sim ou não. Que evolução é que tem o desemprego, que evolução é que têm as exportações. Isso conjuntamente com o valor final do défice e com a visão sobre o sistema financeiro é que vai ser julgado naquela altura", considerou Marcelo Rebelo de Sousa, à margem de uma visita à Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar da Póvoa de Varzim que celebra este ano o seu 10.º aniversário.

Na comunicação da Comissão Europeia hoje ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Banco Central Europeu e ao Eurogrupo, divulgada no final da reunião do colégio de comissários, Bruxelas considera que "Portugal está a experienciar desequilíbrios excessivos" e indica que vai "rever a sua avaliação em maio, tendo em conta o nível de ambição do Programa Nacional de Reformas", colocando na mesma situação também Chipre e Itália.

A Comissão Europeia adverte que os altos níveis de endividamento público e privado, o elevado volume de crédito malparado, o desemprego alto e a fraca produtividade são vulnerabilidades de Portugal, que continua a "experienciar desequilíbrios excessivos".

O Presidente da República disse que o Eurostat publicará no dia 24 de Março os dados do défice e depois é que haverá uma ponderação pela Comissão Europeia, que olhará para o défice e olhará também para a evolução económica, "os tais equilíbrios económicos, com os números mais recentes".

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que é preciso esperar pela evolução dos próximos dados, preferindo não comentar a comunicação de hoje da Comissão que se refere a números de "há um mês, de há dois meses ou de há três meses".

O Presidente da República argumentou que é preciso conhecer se o "PIB está a crescer ou não", "que evolução se nota", "sim ou não nas exportações, que evolução se nota", ou se "sim ou não, no desemprego".

"Isso vai ser apreciado em Abril pela Comissão [Europeia] daqui a dois meses, [ Comissão] depois proporá ao Conselho que apreciará dois meses depois. Os números que vão ser considerados e a situação é aquela que houver nessa altura. Vamos esperar", reiterou.
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