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Caixa já tem aval do BCE para avançar com recapitalização
O BCE e o Banco de Portugal já deram o "ok" para que o banco público avance com o processo de recapitalização. O plano foi submetido ao Estado - o único accionista - e deverá ser concretizado no início do próximo ano.
É oficial, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) já tem a aprovação do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco de Portugal para avançar com o plano de recapitalização, de acordo com o comunicado publicado esta sexta-feira, 9 de Dezembro, pelo banco público.
A instituição financeira, ainda liderada por António Domingues, remete assim para o accionista - o Estado - a aprovação do plano que visa recapitalizar a Caixa num total de 4,6 mil milhões de euros, através de injecção de capital, transferência de acções da ParCaixa e emissões de dívida.
Além destas operações, será ainda emitida dívida num total de 1.000 milhões de euros, dos quais 500 milhões numa primeira fase. A subscrição destas obrigações será realizada por privados.
"Estas operações integram-se no processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, S.A. que se encontra em curso e consagrado no plano estratégico aprovado pelo Estado, enquanto accionista da Caixa Geral de Depósitos, S.A., que visa o reforço dos seus rácios de adequação de fundos próprios nos termos do acordo de princípio alcançado entre o Estado e a Comissão Europeia, representada pela Direção - Geral de Concorrência", realça o comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Estas operações serão realizadas "após o encerramento das contas" deste ano, tal como já tinha sido revelado.
Inicialmente a recapitalização da Caixa estava apontada para ser realizada ainda este ano. Mas entretanto foi adiada, com a justificação de que é necessário apurar as imparidades efectivas. O secretário de Estado do Tesouro, Ricardo Mourinho Félix, explicou, há cerca de um mês, que com base nas contas de 2016 que serão apresentadas será realizada a emissão das obrigações subordinadas, será feito o "road show" junto de investidores e, posteriormente, a injecção de 2,7 mil milhões de euros no banco.
Estas operações foram desenhadas por António Domingues, que entrou na Caixa a 31 de Agosto e anunciou a sua saída no final de Novembro, depois de muita polémica sobre a entrega da declaração de rendimentos. O responsável terá alegado falta de apoio do Governo e do Presidente da República quando decidiu apresentar a sua demissão. António Domingues vai ficar no banco estatal até ao final do ano, sendo depois substituído por Paulo Macedo.
Será o ex-ministro da Saúde que vai implementar o plano de recapitalização da Caixa, a partir do próximo ano.
(Notícia actualizada às 18:39)