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Alberto Castro: "Não há sanções que adiantem se não crescermos"
O chairman da Instituição Financeira de Desenvolvimento, mais conhecida como Banco do Fomento, disse esta terça-feira que estava à espera de perceber o impacto das previsíveis sanções à Portugal nos planos da entidade.
A Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), ou Banco de Fomento, pode sofrer com o impacto das previsíveis sanções a Portugal, que estão a ser debatidas em Bruxelas. Esta terça-feira foi formalizado, pelo Eurogrupo, o processo de aplicação de sanções a Portugal e Espanha.
À margem de um almoço, organizado pela Câmara do Comércio e Indústria Luso-Alemã, o chairman da entidade referiu que "as nossas expectativas são boas, mas dependem do governo e da DGCom [responsável pela concorrência a nível europeu] e eu não sei se esta situação desagradável que foi criada com as sanções é boa ou má. Até pode ser que seja boa, porque estas coisas passam pelo crescimento económico. Não há sanções que adiantem se não crescermos", referiu.
Alberto Castro garantiu que a IFD terá mil milhões a aplicar na economia nacional já este mês de Julho, como tinha sido prometido, sendo este "capital para os fundos de garantia e contra garantia" que estarão prontos nos próximos dias. Para o futuro, a entidade conta lançar um fundo de capital reversível.
O responsável detalhou que num primeiro momento os fundos serão dirigidos a PME, mas que o objectivo é alargar o âmbito da actuação do IFD. Num primeiro momento é dirigido muito a PME embora no caso da capital de risco isso não impeça que grandes empresas criem veículos para se candidatarem. "Já manifestámos que possa ser alargado às small caps que vão até 500 trabalhadores", salientou o responsável. Só que, para isso, é necessário que haja autorizações a nível europeu.
"Isto obriga a ter autorização da DGCom para obter outras fontes de financiamento que não só os fundos estruturais que são só para as PME e isso é uma restrição absoluta", salientou.
Quanto às mudanças políticas que complicaram o funcionamento da IFD, Alberto Castro salientou que houve "um novo Governo que quis conhecer os cantos à casa e clarificar alguns aspectos. Foi noticiado que havia divergências entre os partidos que o apoiavam. Creio que isso foi clarificado", explicou.