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PS: "Este processo existe porque Maria Luís Albuquerque foi ministra"

Em resposta às declarações da antiga ministra, que acusou o Governo de "incompetência política" por não ter impedido o processo de sanções a Portugal, João Galamba atribuiu a Maria Luís Albuquerque responsabilidades pela não correcção do défice.

Miguel Baltazar
12 de Julho de 2016 às 13:46
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O deputado socialista João Galamba responsabilizou esta terça-feira, 12 de Julho, a antiga ministra das Finanças pela abertura do processo de sanções por incumprimento do défice a Portugal e pediu aos responsáveis europeus que parem com a "loucura" de sancionar o país.


"Maria Luís Albuquerque vem agora reincidir, tentando sacudir as suas próprias responsabilidades e responsabilizando o actual Governo. (…) Este processo [de sanções] existe porque Maria Luís Albuquerque foi ministra, não porque já não é ministra", considerou Galamba aos jornalistas no Parlamento.


O responsável socialista falava depois de Albuquerque ter também reagido no Parlamento à abertura formal do processo de sanções por parte dos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), que consideraram que Portugal e Espanha não tomaram "medidas eficazes" para colocar o défice abaixo de 3%.

A ex-ministra das Finanças defendeu que "não faltaram argumentos técnicos" justificativos de que "Portugal não devia estar sequer sujeito a esta discussão" sobre sanções. Para Albuquerque o Executivo português falhou na apresentação desses argumentos "por incompetência ou por razões políticas".


"Qualquer pessoa que tenha consultado o documento do Ecofin constata que não há nenhuma referência ao actual governo, a 2016, a qualquer data ou medida do actual Governo", apontou Galamba, contrapondo que foi o Governo anterior, liderado por Passos Coelho e com Albuquerque nas Finanças, que não cumpriu recomendações do Conselho de 2013 para reduzir o défice, agravando em 0,6% o défice estrutural em vez de o corrigir em 0,6% entre 2013 e 2015.


"Maria Luís Albuquerque transforma este processo em algo que não é: numa punição antecipada do actual Governo", disse Galamba.

Depois, virou baterias para as instâncias europeias, que acusou de fazerem uma "pressão inaceitável sobre Portugal e Espanha" depois de terem apoiado o caminho feito pelo anterior Governo para virem agora punir o resultado dessa mesma política.


"Queria acreditar que as instituições europeias conservavam o mínimo de razoabilidade nas suas decisões. (…) E que os líderes dos principais países tivessem algum bom senso e parassem esta loucura", concretizou o deputado.


Galamba referiu-se depois concretamente ao ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, que em Novembro pediu ao novo Governo de António Costa para não se desviar da "rota de sucesso" do anterior Governo. "O caminho afinal não é de sucesso, mas merecedor de sanções", conclui o socialista.

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