O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras e o líder do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem, acordaram esta quinta-feira, em Bruxelas, onde decorre uma cimeira da União Europeia (UE), autorizar o início, já esta sexta-feira, de conversações "ao nível técnico" entre os parceiros da troika e as autoridades gregas.

Segundo escreve o Guardian, que cita um diplomata da UE, o trabalho entre a troika e Atenas servirá para alcançar "uma base comum entre o actual programa de assistência [grego] e os planos do Governo grego". O jornal Expresso escreve que esta decisão tem por objectivo facilitar as negociações que irão decorrer na reunião do Eurogrupo marcada para a próxima segunda-feira.

Informação entretanto corroborada pela porta-voz de Dijsselbloem, Simone Boitelle, que segundo citação da Lusa, confirmou que o objectivo dos trabalhos é o de "facilitar as discussões no Eurogrupo" da próxima segunda-feira, 16 de Fevereiro.

Este anúncio surge de forma algo inesperada tendo em conta que na reunião extraordinária, desta quarta-feira, dos ministros das Finanças do euro "não chegámos a uma base comum", disse o líder do Eurogrupo. Dijsselbloem notava ainda que primeiro teria "de haver um acordo político" para que depois pudessem ser discutidos os detalhes mais técnicos de um acordo que possa corresponder às expectativas de todas as partes envolvidas nesta negociação.

Desta forma, as piores expectativas relativamente ao Eurogrupo de segunda-feira não se deverão confirmar. Isto porque o início dos trabalhos técnicos servirão para delinear algum trabalho preparatório que deverá permitir chegar a segunda-feira com, no mínimo, uma espécie de guião.

O acordo hoje alcançado por Tsipras e Dijsselbloem na cimeira europeia que prossegue em Bruxelas, parece representar um recuo face às posições assumidas pelo primeiro-ministro grego e também pelo seu responsável pelas Finanças, Yanis varoufakis. Do lado de Bruxelas garantia-se que a solução para Atenas teria de passar pelo programa de assistência financeira em curso, que foi prolongado até 28 de Fevereiro. Já pela parte do Executivo grego, Varoufakis recusou, na semana passada, negociar com a troika o prolongamento do actual memorando ou porque isso representaria "prolongar um erro".

O britânico Financial Times (FT) avançou que terá sido o próprio Alexis Tsipras a impedir que da reunião dos membros do euro saísse uma declaração conjunta, razão que poderá explicar a demora do encontro de ontem. Todavia, esta quinta-feira à chegada a Bruxelas, Tsipras mostrava-se confiante "numa solução mútua e viável para curar as feridas da austeridade e superar a crise social na Europa".

A Lusa dá conta de fontes governamentais helénicas que terão adiantado que, para já, a principal incógnita passa por saber "se a base da discussão é o programa anteriormente acordado (com o governo de Antonis Samaras) ou não".

(Notícia actualizada às 19h40 com mais informações)