Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Plano grego tem quatro pontos e prevê financiamento de 10 mil milhões de euros

O plano que o ministro das Finanças vai apresentar ao Eurogrupo não prevê a concessão de novos empréstimos a Atenas, mas antes o aumento do limite de emissão de bilhetes do Tesouro e a utilização dos lucros dos bancos centrais com dívida grega. A tranche da troika será utilizada só em caso de necessidade.

10 de Fevereiro de 2015 às 09:10
  • 35
  • ...

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, vai apresentar no Eurogrupo desta quarta-feira um plano com quatro pontos essenciais e uma proposta de financiamento do país até Setembro através de emissão de bilhetes do Tesouro e utilização dos lucros dos bancos centrais com dívida grega, que será acompanhada de um programa.

 

De acordo com o jornal grego Kathimerini, Varoufakis pretende um financiamento de transição até Setembro, altura em que será possível fechar um "novo acordo global" com os credores, que altere o conjunto de políticas económicas que têm sido implementadas até aqui.

 

No périplo europeu o ministro grego já tinha pedido este financiamento de transição, mas com prazo mais curto (Maio). Agora, de acordo com a imprensa, o objectivo é ter este financiamento que faça a ponte entre o programa da troika e o "novo acordo global". Contudo, o novo Governo grego não pede novos empréstimos aos parceiros europeus.

 

O objectivo passa por elevar em 8 mil milhões de euros o montante que pode emitir através de bilhetes do Tesouro (títulos de dívida de curto prazo) de 15 mil milhões de euros para 23 mil milhões de euros. Uma proposta que, segundo o Financial Times, o BCE já terá recusado anteriormente.

 

Para chegar aos 10 mil milhões de euros de financiamento de transição, a Grécia quer ainda que os bancos centrais da Zona Euro transfiram para a Grécia os 1,9 mil milhões de "lucros" decorrentes das compras realizadas em títulos de dívida grega no auge da crise.

 

Se este montante não for suficiente, segundo o Kathimerini, o novo governo admite também utilizar parte da tranche de 7,2 mil milhões de euros do actual programa da troika. O que constitui um recuo, pois até aqui o novo governo grego tem-se recusado a receber a última tranche do programa de assistência que assinou com a troika.

 

A Alemanha tem dados poucos sinais de abertura para aceitar um financiamento de transição na Grécia, preferindo antes uma extensão do actual programa, mas Angela Merkel disse ontem que iria esperar pelas propostas a apresentar pelos gregos.

 

Já a França sinalizou um menor distanciamento, com o ministro das finanças do país a adiantar que "no curto prazo, precisamos de nos entender sobre o que alguns podem chamar de extensão do programa [da troika] e os gregos querem chamar [financiamento de] transição". À margem da reunião de ministros das Finanças do G-20, Michel Sapin afirmou que "temos que encontrar uma solução de médio-prazo que vá para além de Junho".

 

Plano com quatro pontos

 

O jornal grego Kathimerini, citando fontes do Ministério das Finanças grego, adianta as propostas do plano que o ministro das Finanças vai levar ao Eurogrupo, que é composto por quatro pontos e servirá de programa ligado a este financiamento de transição.

 

O primeiro prevê a eliminação de 30% das medidas que constam no programa da troika, que seriam substituídas por 10 novas reformas, que seriam acordadas com a OCDE.

 

A Grécia pretende ainda que os credores aceitem reduzir a meta do excedente primário de 3% do PIB para 1,49% do PIB este ano, e que a dívida pública da Grécia seja reduzida através de um plano de troca de obrigações. Finalmente, o novo Governo pretende que seja implementado um plano para aliviar a "crise humanitária" que se vive no país.

 

As fontes contactadas pelo jornal grego dizem que a delegação das Finanças que vai ao Eurogrupo está "optimista" com a possibilidade de ser obtido um acordo para o financiamento de transição, partindo para as negociações com "mente aberta", mas com "linhas vermelhas", que passam pela recusa em implementar mais austeridade e aceitar excedentes primários mais elevados.   

Ver comentários
Saber mais Yanis Varoufakis Eurogrupo BCE Grécia Zona Euro Alemanha Angela Merkel
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio