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Lazard: “A cura da austeridade imposta à Grécia pela troika levou a um verdadeiro desastre”

Matthieu Pigasse, que lidera a equipa consultiva da Lazard para a Grécia, defendeu que o cancelamento de 100 mil milhões de euros de dívida da Grécia iria permitir-lhe diminuir a fardo da dívida, sendo que, um rácio de dívida sobre o PIB de 120% em 2020 é “um objectivo que parece razoável”.

Reuters
10 de Fevereiro de 2015 às 11:18
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Matthieu Pigasse (na foto), que lidera a equipa de consultiva da Lazard (empresa de consultadoria financeira e de gestão de activos) contratada pelo novo governo grego, considera que o cancelamento de 100 mil milhões de euros em dívida grega seria razoável. Em entrevista à rádio France Inter, citada pela Bloomberg, o responsável defendeu que um rácio de dívida sobre o PIB de 120% em 2020 é "um objectivo que me parece razoável e que efectivamente permite à Grécia uma trajectória sustentável".

 

"Um esforço que é absolutamente necessário" e as negociações estão em curso, acrescentou. Actualmente, a dívida pública helénica ronda os 320 mil milhões de euros, ou seja, representa cerca de 175% do PIB. Pigasse defende que a dívida pode ser cancelada, ou reduzida, de várias formas.

 

Por outro lado, o líder da equipa da Lazard defendeu ainda que a "Grécia está numa situação de crise financeira, [sendo] reconhecido [que existe] uma crise humanitária como a Europa não conheceu desde a Segunda Guerra Mundial". "A cura da austeridade imposta à Grécia pela chamada troika, que é o FMI, o Banco Central Europeu e o Estados europeus, levou a um verdadeiro desastre", acrescentou.

 

A Reuters acrescenta ainda que, nesta entrevista, Matthieu Pigasse defende que "as políticas conduzidas pela troika estão erradas e conduziram a Grécia para um buraco e podem ainda conduzir a Europa para um buraco". 

 

Esta quarta-feira, 11 de Fevereiro, realiza-se um encontro extraordinário dos ministros das Finanças da Zona Euro (Eurogrupo) para debater a situação grega. Este encontro vai ser uma estreia para Yanis Varoufakis, o ministro das Finanças da Grécia, que, de acordo com o jornal Kathimerini, vai levar na pasta propostas para apresentar aos homólogos europeus. O plano que o ministro das Finanças vai apresentar ao Eurogrupo não prevê a concessão de novos empréstimos a Atenas, mas antes o aumento do limite de emissão de bilhetes do Tesouro e a utilização dos lucros dos bancos centrais com dívida grega. A tranche da troika será utilizada só em caso de necessidade.

 

Entretanto, o programa de Governo já é conhecido e conta com medidas como: o imposto unificado sobre os imóveis (ENFIA) será substituído por um novo imposto dirigido aos grandes proprietários; o salário mínimo universal será elevado dos actuais 586 euros para 751 euros até 2016; e uma reforma global do sector público da Grécia.

 

O Negócios escreve esta terça-feira, 10 de Fevereiro, que a possibilidade da Grécia sair do euro está de regresso à mesa da Europa. Em véspera da reunião do Eurogrupo, a guerra de palavras escalou e os investidores aceleraram a fuga de activos gregos. Varoufakis diz que se a Grécia sair do euro, não será caso único. Em Londres, o cenário "Grexit" já começou a ser avaliado. Bruxelas repete que não há cheques sem garantias renovadas de Atenas.

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