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Parlamento grego deverá votar novo memorando apenas na sexta-feira

Os deputados gregos poderão somente votar o novo memorando já na sexta-feira, pouco antes do encontro do Eurogrupo entretanto agendado para 14 de Agosto. O Kathimerini refere que a presidente do parlamento helénico poderá estar a adiar a votação daquele que será o terceiro resgate à Grécia em cinco anos.

Reuters
12 de Agosto de 2015 às 12:47
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Afinal o parlamento grego só deverá votar o novo memorando já ao início da manhã da próxima sexta-feira, 14 de Agosto, e não na quinta-feira (ou ao início da madrugada de quinta para sexta-feira) como inicialmente antecipado.

 

O diário helénico Kathimerini avança esta quarta-feira, 12 de Agosto, que a presidente do parlamento grego, Zoe Constantopoulou, está, aparentemente, a tentar atrasar a votação das medidas e metas orçamentais entretanto acordadas, nas negociações ao nível técnico, entre Atenas e as instituições credoras. O que, de alguma forma, pode colocar em causa o objectivo ontem anunciado pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que disse pretender ver o novo memorando aprovado em 48 horas.

 

Com esse objectivo em mente, o governo liderado por Alexis Tsipras enviou para o parlamento, ao início da manhã de hoje, o projecto de lei relativo ao memorando que permitirá à Grécia receber cerca de 85 mil milhões de euros durante os próximos três anos. O projecto de lei prevê não apenas as medidas que as autoridades helénicas terão de implementar no imediato de forma a validar o processo, mas também um conjunto de reformas que terão de ser adoptadas nas próximas semanas.

 

No entanto, antes da votação em plenário do projecto de lei, as diferentes comissões parlamentares terão de avaliar e discutir as diferentes medidas que constam do mesmo, algo que se previa poder acontecer ao longo desta quarta-feira. Mas Zoe Constantopoulou, militante do Syriza que votou contra as medidas apresentadas pelo governo no parlamento, agendou a reunião com os representantes dos deputados de cada uma das comissões parlamentares apenas para as 21h30 de hoje (19h30 em Lisboa). Tendo em conta que essa reunião servirá para programar as discussões das comissões, estas dificilmente poderão realizar-se esta quarta-feira, facto que deverá atrasar todo o processo.

 

Assim, o Kathimerini aponta como provável que as comissões parlamentares se reúnam apenas na quinta-feira de manhã. Como tal, a votação em plenário do projecto de lei relativo ao acordo para o terceiro resgate à Grécia deverá materializar-se pouco tempo antes de os ministros das Finanças da Zona Euro se reunirem na sexta-feira, ocasião prevista para a discussão em detalhe do trabalho feito ao nível das negociações técnicas que decorreram em Atenas nas últimas semanas.

 

Entretanto, o jornal grego To Vima sublinha a importância do Eurogrupo, que terá a "última palavra" sobre o novo programa grego. Esta publicação realça a importância advinda do facto de as autoridades alemãs e finlandesas terem demonstrado reservas face ao acordo de princípio alcançado ontem ao início da manhã.

 

Ainda ontem, Annika Breidthardt, uma porta-voz da Comissão Europeia, ressalvava que o acordo alcançado é de nível técnico, faltando ainda um acordo de âmbito político. 

Até porque se espera que a votação em plenário do terceiro memorando decorra sob um clima de alguma tensão. Tsipras poderá ter de contar novamente com os votos dos partidos da oposição (To Potami, Nova Democracia e Pasok) para fazer passar o projecto de lei, dado que se antecipa a possibilidade de dissidências de alguns elementos do Syriza - entre os quais da própria presidente do parlamento, Zoe Constantopoulou, e de membros da Plataforma de Esquerda - tal como sucedeu na votação dos dois anteriores pacotes de medidas.

Dependendo do grau de desmobilização dos 149 deputados da coligação de esquerda radical que venha eventualmente a verificar-se, Tsipras poderá mesmo avançar com eleições legislativas antecipadas, algo que a acontecer deverá concretizar-se em Setembro. Ainda ontem, o ministro grego da Saúde, Panayiotis Kouroublis, defendeu a realização de eleições legislativas antecipadas na Grécia. 

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