O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras convocou uma sessão extraordinária do parlamento grego para a quinta-feira 13 de Agosto, de modo a aprovar os termos do memorando que estará praticamente acordado, e onde se descrevem as metas orçamentais, a par das medidas de austeridade e de reforma que Atenas promete implementar até ao final de 2018, a troco do terceiro empréstimo internacional ao país em cinco anos.

Em carta enviada à presidente do parlamento grego Zoe Konstantopoulou - membro do Syriza que tem votado contra as medidas submetidas aos deputados por Tsipras - o primeiro-ministro diz tencionar enviar a proposta de memorando ainda hoje, para que possa ser amanhã discutida nas comissões parlamentares competentes, antes de ser votada em plenário no dia seguinte.

"A natureza crucial da situação exige a convocação imediata do Parlamento para prosseguir com a aprovação do acordo e permitir o desembolso da primeira parcela", argumenta Tsipras na carta citada pela Reuters.

Após uma maratona negocial de 22 horas, foi esta manhã anunciado um acordo de princípio entre o governo grego e a troika sobre o memorando que acompanhará o novo resgate. Destinado a cobrir as necessidades de financiamento do Estado grego até ao fim de 2018, e que estão avaliadas em torno de 85 mil milhões de euros, esse terceiro resgate terá ainda de ser finalizado, aprovado pelo parlamento grego, pelos ministros das Finanças dos países do euro (Eurogrupo) e por alguns dos seus parlamentos.

Se tudo correr sem percalços, os europeus poderão passar um novo cheque a Atenas antes de 20 de Agosto, data em que se vencem  3,5 mil milhões de euros de títulos emitidos pelo Estado grego comprados em 2010 pelo BCE

Em comunicado citado pela Lusa, o governo grego refere que acordo garantiu ao país "o financiamento de cerca de 85 mil milhões de euros" durante três anos. Com este montante, o país poderá "assegurar" uma longa lista de ajustamentos orçamentais e reformas, "cobrir as suas amortizações de empréstimos e os pagamentos em atraso do Estado", acrescenta Atenas.

Apesar deste anúncio, as negociações continuam, sendo que até ao momento não há acordo político, precisou a meio da manhã uma porta-voz da Comissão Europeia. "O que temos até ao momento é um acordo de nível técnico ... e pequenos detalhes precisam de ser finalizados. O que não temos é um acordo político", disse Annika Breidthardt.