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Moscovici segue Centeno e exclui que situação em Itália contagie a Zona Euro

O comissário europeu para os Assuntos Económicos exclui que o embate entre Bruxelas e Roma acerca dos objectivos orçamentais do novo governo transalpino possa reflectir-se na subida dos juros do conjunto da área do euro.

Reuters
19 de Outubro de 2018 às 18:34
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Comissão Europeia e Eurogrupo estão em sintonia quanto à inexistência de risco de contágio da subida dos juros da dívida italiana para o conjunto da área do euro. Esta sexta-feira, 19 de Outubro, o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici garantiu: "não tememos risco de contágio do spread [da dívida] da Itália".

 

Depois de subidas acentuadas nas últimas semanas e de já esta sexta-feira ter escalado mais de 12 pontos base, a taxa de juro associada às obrigações soberanas transalpinas com prazo a 10 anos aliviam agora 20 pontos base para menos da marca dos 3,5%, uma inversão que se seguiu às declarações de Moscovici.

 

O político francês falava na representação da Comissão Europeia na Itália, no segundo dia da visita a Roma que ontem ficou marcado pelo encontro de Moscovici com o ministro italiano das Finanças, Giovanni Tria.

 

Oportunidade aproveitada por Moscovici para entrar em mãos a carta em que a Comissão pede ao governo transalpino que clarifique um conjunto de números inscritos na proposta orçamental enviada para Bruxelas.

 

Apesar de ter começado por dizer não pretender comentar "a evolução dos mercados", Pierre Moscovici afiançou depois que a Comissão Europeia quer evitar um confronto com o governo eurocéptico italiano, preferindo antes apostar numa "via de diálogo construtivo".


Moscovici disse ainda esperar pela resposta italiana até ao meio-dia da próxima segunda-feira e garantiu que Bruxelas nada tem a opor à intenção do governo de coligação entre o 5 Estrelas e a Liga de promover um plano de investimento em infra-estruturas ou um rendimento mínimo para os mais pobres.

 

"A Comissão não vai interferir sobre essas escolhas internas", assegurou notando que a questão essencial passa por prosseguir medidas de consolidação das contas públicas que permitam reduzir a dívida pública transalpina.

 

O dirigente europeu esclareceu depois que a meta para um défice de 2,4% do PIB em 2019 (que compara com os 0,8% inscritos no Programa de Estabilidade) "não é a questão principal", mas sim o "défice estrutural, a dívida e o crescimento".

 

Na passada terça-feira, durante a apresentação do Orçamento do Estado para 2019, o ministro português das Finanças e também presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, garantia que a situação em Itália "não apresenta riscos porque é nosso parceiro" e desvalorizava os números aprovados pelo Governo transalpino ao afiançar que a "construção do euro é feita por decisões tomadas em muitos momentos e em muitos locais".

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