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Itália não preocupa Centeno… para já

O presidente do Eurogrupo assegurou estar tranquilo em relação às prioridades orçamentais italianas e garantiu que Itália "não apresenta riscos porque é nosso parceiro". Contudo, Centeno admite que não deve ser posta em causa a "convergência das posições orçamentais" na área do euro.

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16 de Outubro de 2018 às 11:20
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A conferência de imprensa era para a apresentação do Orçamento do Estado para 2019 elaborado pelo Governo português mas, na sua dupla função de ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno não escapou a breves comentários acerca do embate entre o Executivo italiano e Bruxelas.


Roma aprovou um orçamento com metas mais altas para o défice do que inicialmente acordado com a Comissão Europeia, o que levou Bruxelas a alertar para o "desvio significativo" que os novos objectivos traçados pelo Executivo eurocéptico de aliança entre a Liga e o 5 Estrelas inscreveram na proposta orçamental.  


O ministro garante que a situação em Itália "não apresenta riscos porque é nosso parceiro" e desvalorizou os números aprovados pelo Governo transalpino ao afiançar que a "construção do euro é feita por decisões tomadas em muitos momentos e em muitos locais". "Não devemos sobrevalorizar", atirou.


Mário Centeno prosseguiu a tentar desanuviar focos de tensão, considerando que "o euro é muito resiliente e muito forte para poder ser perturbado pelo Orçamento do Estado de um dos seus Estados-membros".


Foi então que o ministro assumiu uma posição menos conciliadora ao defender que "devemos todos trabalhar para que aquilo que tem sido verdade nos últimos anos, uma enorme convergência das posições orçamentais dos países da área do euro, possa continuar no futuro".


"É isso que tem permitido que a Zona Euro tenha 20 trimestres consecutivos de crescimento", acrescentou garantindo que "estes factores positivos vão sobrepor-se aos riscos".


Apesar de ter chegado a ser anunciado, pelo próprio vice-primeiro-ministro italiano e líder da Liga, Matteo Salvini, que a proposta orçamental transalpina não seria entregue dentro do prazo (até ao final de 15 de Outubro), o governo chefiado por Giuseppe Conte superou as diferenças de última hora e acabou por cumprir os prazos.


O orçamento remetido para Bruxelas é expansionista e confirma uma relação entre défice e PIB mais alta ao longo dos próximos três anos, o que desafia as regras europeias e levou elementos da Comissão a notar que há sanções para os incumpridores.  


O governo italiano apresenta estimativas para o crescimento económico mais optimistas do que a generalidade das instituições, e utiliza essas mesmas previsões para garantir que haverá consolidação orçamental apesar do agravamento do défice orçamental.


Centeno acabou por abordar esta questão ao avisar que Itália não poderá colocar em causa a correcção do défice estrutural. Contudo, a Comissão Europeia teme precisamente que haja uma degradação do saldo estrutural com repercussão no aumento da dívida, o que colocaria em causa a trajectória de redução da dívida pública iniciada pelo anterior executivo transalpino.

Mas quando deixou esta ressalva, já era o líder do Eurogrupo quem falava e não o ministro português das Finanças.

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