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Costa sugere a Itália seguir política orçamental de Portugal

O primeiro-ministro português rejeitou comentar as opções orçamentais do governo italiano mas, ainda assim, sugeriu a Roma seguir o exemplo português, que demonstrou ser possível "virar a página da austeridade e cumprir as regras". António Costa diz ainda que ficará surpreendido se receber pedidos de esclarecimentos da Comissão acerca do orçamento português.

18 de Outubro de 2018 às 15:10
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O que deve fazer Itália para ter luz verde de Bruxelas para uma proposta orçamental que desafia as regras europeias? No entender do primeiro-ministro português, Roma deve seguir o exemplo do Governo luso. À saída da cimeira europeia que terminou esta quinta-feira, 18 de Outubro, em Bruxelas, António Costa não quis comentar a proposta orçamental apresentada por Itália notando que nesta altura há um "diálogo em curso" entre Bruxelas e Roma. 

O primeiro-ministro esclareceu que a questão italiana "não foi objectivo de discussão" no Conselho Europeu para depois dizer que espera que "todos os países ajam de forma responsável". Porque "como Portugal pôde demonstrar, é possível virar a página da austeridade e cumprir as regras [europeias] de forma a participar activamente na Zona Euro". 

Costa abordou desta forma o embate entre o governo italiano e as instâncias europeias, nomeadamente a Comissão Europeia que, segundo a imprensa especializada em assuntos europeus, deverá fazer chegar, ainda hoje, a Roma uma carta com pedido de informação adicional acerca das propostas orçamentais do executivo transalpino. 

Em relação a essa prerrogativa da Comissão Europeia, que pode requerer explicações ou mesmo pedir a reformulação dos rascunhos orçamentais recebidos na passada segunda-feira, o governante português não se mostra preocupado. "Já estamos habituados a receber cartas", ironizou o primeiro-ministro que sublinha que o conteúdo dessas missivas tem vindo a evoluir desde que tomou posse o Governo socialista. 

"Receber cartas é um clássico, se recebermos não ficarei surpreendido. Terei, aliás, mais uma vez prazer de demonstrar no final do ano que estávamos certos", acrescentou Costa recordando que na primeira missiva, recebida em 2016, a Comissão dizia não aceitar a proposta orçamental lusa porque violava as regras europeias.

"Depois foram [recebidas] cartas porque punham em causa as nossas previsões e [alertavam para o] risco significativo de violar as regras", prosseguiu lembrando que "em 2016, 2017 e 2018 provámos sempre, pelos resultados, que as  nossas previsões estavam certas". 

Já depois de ao longo da manhã a imprensa europeia ter adiantado que, além de Itália e Portugal, também Espanha, França e Bélgica deverão receber, da parte da Comissão Europeia, pedidos de informação adicional acerca das respectivas propostas orçamentais, o presidente daquele órgão executivo da União Europeia, Jean-Claude Juncker, confirmou que "há quatro ou cinco países que receberão cartas a pedir informação adicional". 

O primeiro-ministro abordou ainda a questão relacionada com a saída britânica da UE para confirmar que ainda não foi possível chegar a um acordo final sobre a relação futura entre Londres e Bruxelas uma vez concretizado o Brexit, agendado para 29 de Março do próximo ano. Ainda assim, houve "avanços positivos", salientou António Costa que confirmou ser ainda o problema da fronteira entre as duas Irlandas que está a bloquear um compromisso. 

(Notícia actualizada às 16:00)

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