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Moody’s: Risco de contágio de saída da Grécia do euro é agora menor do que em 2012

Uma saída da Grécia da Zona Euro é baixa face à crise política grega de 2012, e até mesmo improvável, considera a agência de notação financeira. A acontecer, os riscos de contágio a outros países da Zona Euro - como Portugal - são menores em relação há três anos pelas medidas tomadas desde então.

Reuters
14 de Janeiro de 2015 às 11:21
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Estas conclusões constam do relatório "a saída da Grécia teria um crédito negativo para outros estados-membros; mas os riscos de contágio seriam mais baixos do que em 2012", publicado esta quarta-feira, 14 de Janeiro, pela Moody's e citado pela Bloomberg.

 

Foi em 2012 que houve duas eleições legislativas. Isto aconteceu depois do partido Nova Democracia não ter conseguido formar Governo após vencer as legislativas em Maio. Os gregos foram chamados novamente às urnas em Junho, para Antonis Samaras vencer mais uma vez o escrutínio e, então sim, os conservadores conseguiram formar uma coligação governamental com os socialistas do Pasok.

 

O Syriza lidera actualmente as sondagens na Grécia e poderá ascender ao poder nas eleições de 25 de Janeiro. Alexis Tsipras já prometeu negociar com os credores internacionais uma reestruturação da dívida grega.

 

Mas apesar dos riscos de saída serem agora mais baixos, ele ainda está presente, o que poderá ter implicações negativas para o crédito de outros estados-membros do euro devido aos riscos de contágio.

 

"Qualquer saída da união monetária seria um momento marcante para o euro: demonstraria que a união monetária pode ser dividida e que não é irreversível", alerta a Moody's no relatório assinado por Colin Ellis, responsável pela Europa.

 

Num cenário hipotéctico, uma saída da Grécia poderá "desencadear uma nova recessão nos restantes países da Zona Euro". No entanto, o "impacto poderá ser menor do que em 2012 porque os contágios de riscos de uma saída da Grécia do euro diminuíram materialmente e porque os decisores têm agora ferramentas mais fortes para limitar os danos de um evento desta natureza", sublinha.

 

Os riscos de contágio agora seriam, todavia, limitados, devido às medidas tomadas desde 2012 pelos diversos membros da união monetária, como: a redução da dívida grega detida por bancos europeus; as reformas estruturais realizadas por diversos países que os tornaram mais resilientes; redes de segurança mais fortes criadas após 2012.

 

"Contudo, mesmo com estas ferramentas, uma saída da Grécia iria desencadear tensões no mercados e uma nova recessão na Zona Euro", alerta o relatório.

 

Os decisores políticos em Bruxelas e Frankfurt têm agora ao seu dispor mais poderes para enfrentar uma saída da Grécia, aponta a Moody's. Mas isto só seria válido para o curto prazo. Já no médio prazo, os países da Zona Euro – com dívidas e taxas de desemprego elevadas – poderão deparar-se com dificuldades num momento em que a perspectiva económica é fraca e o risco de deflação é bem real.

 

Uma saída da Grécia, a ser bem sucedida, poderia criar novos focos de tensão na Zona Euro. "No longo prazo, o crescimento económico na Grécia após uma saída, poderia exceder o dos restantes países da Zona Euro – o que, por sua vez, poderia desencadear novas discussões sobre mais saídas do euro".

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