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Ministro das Finanças grego: Hipótese de saída do euro “não é necessariamente bluff”

O ministro que tutela ainda as finanças gregas, em entrevista à Bloomberg TV, considera que a Grécia poderá sair do euro por acidente se o novo Executivo não conseguir alcançar um acordo com os credores internacionais logo após as eleições de 25 de Janeiro. Hardouvelis considera que a perspectiva de saída “da área do euro não é necessariamente bluff”.

Bloomberg
13 de Janeiro de 2015 às 10:39
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O ainda ministro das Finanças da Grécia considera que o país poderá deixar a união monetária, após as eleições do dia 25, por "acidente". Numa entrevista à televisão da Bloomberg, Gikas Hardouvelis defendeu que o país pode sair do euro se o novo Governo, saído das eleições, não conseguir alcançar um acordo com os credores internacionais logo após as eleições. A perspectiva "de deixar a área do euro não é necessariamente um bluff", afirmou. " Um acidente pode acontecer e a ideia é evita-lo", acrescentou.

 

O principal desafio que o novo Governo vai enfrentar, seja de que partido for, é encerrar a revisão ao programa grego com os parceiros internacionais, apontou o responsável. Caso seja o Syriza a constituir um novo Governo, apontou, será "prudente" inverter a sua posição e negociar uma extensão do programa de resgate antes que a ajuda à Grécia termine a 28 de Fevereiro.

 

Este cenário traçado pelo governante helénico surge depois de, no arranque de 2015 a hipótese da Grécia sair do euro, após as eleições de 25 de Janeiro, ter sido apontada. A 5 de Janeiro o Negócios escrevia, citando a revista alemã Der Spiegel, que a Zona Euro estará preparada para uma eventual saída da Grécia da moeda única. Algo que os governantes germânicos consideravam quase inevitável, segundo a revista alemã, caso seja o Syriza a sair vencedor das eleições.

 

Porém, em entrevista ao Negócios a 9 de Janeiro, o economista-chefe do Syriza, John Milios, afirmava que a Grécia não deve sair do euro "em caso algum". Adiantou ainda que, uma reestruturação da dívida pública grega é inevitável e colocou esse tema como o principal a negociar com a Europa.

 

Grécia não consegue financiar-se com bilhetes do Tesouro

 

Mas a troca de palavras entre o Syriza e o responsável pelas finanças não se fica por aqui. De acordo com o jornal grego Ekathimerini, num artigo desta segunda-feira 12 de Janeiro, o ministro das Finanças reagiu a comentários do líder do Syriza que, numa entrevista afirmou que um Executivo de esquerda vai ultrapassar obstáculos de financiamento em Março, enquanto poderá estar em negociações com a Zona Euro, para um empréstimo de curto prazo.

 

Gikas Hardouvelis defende, por sua vez, que a Grécia alcançou o limite acordado com a troika – 15 mil milhões de euros - para bilhetes do Tesouro em Dezembro. E acrescentou que os bancos gregos podem não ter acesso à liquidez necessária para comprar bilhetes do Tesouro.

 

"Os bancos gregos vão ter dificuldades em assegurar a liquidez necessária para comprarem bilhetes do Tesouro se o país não concluir a revisão do actual programa económico ou se não for garantida uma extensão para completá-lo depois de 28 de Fevereiro", disse Hardouvelis. "O ministro não tem o direito de interferir nas eleições", reagiu o Syriza, citado por este órgão, acrescentando "que oficiais receberam tais ordens e quem elaborou esta posição? É claro que o ministro das Finanças está a trabalhar como anexo do gabinete do primeiro-ministro Antonis Samaras".

 

Bancos preparam planos de contingência para saída grega da moeda única

 

Vários bancos e outras instituições financeiras na Europa estão a realizar testes de stress aos seus próprios sistemas internos e a retirar das gavetas os planos de contingência preparados há dois anos, como forma de antecipar uma eventual saída da Grécia da Zona Euro, depois das eleições de 25 de Janeiro, avançava o The Wall Street Journal. Entre estas empresas encontram-se o Citigroup, o Goldman Sachs Group e a corretora ICAP PLC.

 

Segundo o WSJ, os planos destas instituições incluem verificações detalhadas sobre as contrapartes que poderiam ser mais afectadas por uma saída da Grécia do euro, informações sobre as exposições de crédito e testes de como poderiam fornecer financiamento transfronteiriço às operações locais.

 

Estas medidas de prevenção acontecem numa altura em que o Syriza lidera todas as sondagens para as legislativas do final deste mês. 

 

 

 

 

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