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Mercados aliviam pressão sobre a Grécia a duas semanas das eleições

Os investidores estão menos receosos sobre o futuro da Grécia, apesar de as mais recentes sondagens continuarem a dar a vitória ao Syriza.

Grécia - Gregos mantêm posição de força contra medidas impostas pela troika
Reuters
12 de Janeiro de 2015 às 12:17
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Os juros da dívida grega estão em queda na sessão desta segunda-feira, 12 de Janeiro, nas diversas maturidades. O juro de referência, a dez anos, está a recuar 70,4 pontos base para 9,438%, depois de ter atingido os 10,803% na semana passada. A três anos perde 144,1 pontos para 11,880%. A cinco anos desce 119,9 pontos para 10,305%.

 

Enquanto isso, a pressão também alivia no mercado de capitais. A bolsa grega lidera as subidas na Europa ao subir 3,71%. Os ganhos são liderados pela banca: National Bank (8,59%), Alpha Bank (6,09%), Piraeus Bank (6,06%) e Eurobank (5,43%), que registam das maiores subidas entre as cotadas europeias.

 

Os analistas apontam que os investidores estão agora menos receosos sobre a perspectiva da Grécia se o partido de extrema-esquerda Syriza vencer as eleições. "As pessoas estão agora mais relaxadas, por considerarem que não vai ser o fim da Europa se o Syriza vencer as eleições", disse à Bloomberg Daniel Lenz, analista do DZ Bank em Frankfurt.

 

"O risco de um caminho que iria levar ao Grexit [saída de Atenas do euro] pode ter sido um pouco exagerado. E consideram que a haver uma coligação, o Syriza não pode agir da forma que o mercado receia".

 

A queda dos juros acontece depois de terem sido divulgadas novas sondagens durante o fim-de-semana que demonstram que o Syriza continua a ser o favorito nas intenções de voto dos gregos.

 

A sondagem realizada pela Kapa coloca o Syriza com 2,6 pontos de vantagem sobre o Nova Democracia. Já o inquérito da Alco atribui uma vantagem de 3,2 pontos de Alexis Tsipras face a Antonis Samaras.

 

Os dois principais candidatos a primeiro-ministro da Grécia realizaram campanhas durante o fim-de-semana. Os conservadores prometem criar 770 mil postos de trabalho em sete sectores cruciais - incluindo o turismo, a agricultura e logística -, se forem eleitos.

 

"Não vão haver mais cortes de pensões e de salários", disse Antonis Samaras durante um discurso em Atenas, citado pela Reuters. "O nosso plano de crescimento inclui uma redução gradual de impostos", revelou o primeiro-ministro grego.

 

No campo fiscal, Samaras prometeu reduzir o IRC dos actuais 26% para 15% e também diminuiur o IMI.

  

Conforme apontam os analistas, o Nova Democracia optou por uma mudança de estratégia. A mensagem agora não passa por alertar os gregos para os riscos de uma vitória do Syriza, mas sim por falar no alívio da austeridade.

 

"A estratégia de medo que os conservadores orquestraram não está a resultar", disse ao The Guardian o comentador político Paschos Mandravelis. "Os gregos não estão a comprar a teoria de que a oposição representa um perigo, por isso Samaras está agora a mudar de rumo."

 

Já o Syriza promete aumentar a despesa social para combater a pobreza no país, que regista a maior taxa de desemprego da União Europeia (25%). Ao mesmo tempo, a coligação quer aumentar o nível a partir do qual os gregos pagam IRS, somente a partir de 12 mil euros.

 

Em entrevista ao semanário Realnews, Alexis Tsipras prometeu pagar o reembolso, ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e investidores privados, agendado para Março. "Os valores são baixos e pretendemos pagá-los conforme planeado", garantiu o líder do Syriza.

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