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Regling: "Claro que estamos todos preocupados com o que se passa na Grécia"

O presidente do fundo da Zona Euro que financia os países resgatados não dramatiza a situação na Grécia, mas reconhece estar preocupado.

Bruno Simão/Negócios
12 de Janeiro de 2015 às 10:51
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O presidente do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) diz estar preocupado com a situação política na Grécia, onde o Syriza, um partido de esquerda anti-austeridade e que defende uma reestruturação da dívida pública, vai à frente nas sondagens. Klaus Regling acrescenta, no entanto, que prefere esperar pelos resultados das eleições e pela formação de um novo Governo, antes de fazer mais comentários, mas deixa um aviso: não fará mais pagamentos à Grécia até que sejam cumpridos os compromissos já assumidos.

 

"É normal que durante as campanhas eleitorais as coisas fiquem um pouco barulhentas, controversas, por isso não quero comentar muito, prefiro esperar pelos resultados", disse em Lisboa, numa conferência organizada pelo Diário Económico, onde elogiou os resultados conseguidos pelo País nos últimos anos.

 

"A Grécia conseguiu fazer um grande percurso", seja na frente orçamental, seja nas reformas estruturais, defendeu o responsável pelo fundo de resgate europeu, que está confiante que, com o que já conseguiu, a Grécia tem "um potencial enorme" após as reformas – um dos maiores da Europa, até. Segundo a OCDE, reforçou, a Grécia é mesmo a campeã das reformas estruturais entre os países da Zona Euro sujeitos a programa de ajustamento.

 

Nos últimos anos em que esteve sujeita a um programa de ajustamento, o PIB grego caiu cerca de 25%, valor que lembra a grande depressão dos anos 30 do século XX, e viu a taxa de desemprego aumentar para valores perto dos 30% da população activa – chegando aos 50%, no caso dos jovens.

 

O país tem eleições legislativas a 25 de Janeiro e à frente nas sondagens (com 27% a 30% das intenções de voto) vai o Syriza, um partido de esquerda que assume duas prioridades face ao que descreve como uma crise humanitária no País: parar com as políticas de austeridade e reestruturar a dívida pública.

 

Em segundo lugar, com cerca de 3 pontos de atraso, segue a Nova Democracia, liderada por Antonis Samaras, o actual primeiro-ministro, que conduz os destinos do país e as negociações com a troika desde 2012.

 

A Grécia recebeu 240 mil milhões de euros de financiamento da troika nos últimos anos e o seu segundo programa de ajustamento termina no final de Fevereiro (já após um prolongamento), sem ter ainda conseguido acesso permanente ao mercado de capitais. 

 

Antonis Samaras  pretende negociar um programa cautelar para apoiar esse regresso aos mercados após Fevereiro e tem ainda a receber as últimas tranches dos empréstimos já negociados.

 

Regling deixa claro que, independentemente dos resultados eleitorais, tanto os últimos pagamentos como um programa cautelar ficam dependentes da implementação das políticas já acordadas entre a troika e o governo grego. "Não há mais condições para a Grécia, mas não haverá pagamentos enquanto não forem implementadas as medidas que estão acordadas", afirmou.

 

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