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Syriza continua à frente nas sondagens e Tsipras insiste na impossibilidade de pagar a dívida

O partido liderado por Alexis Tsipras mantém-se à frente nas sondagens mais recentes com uma vantagem de 3 pontos percentuais face ao Nova Democracia. Tsipras reafirmou que a dívida pública grega é impagável se a actual “tortura orçamental” continuar.

Reuters
13 de Janeiro de 2015 às 14:34
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Se as eleições gregas fossem hoje, o Syriza seria o vencedor alcançando 30,2% dos votos, mostra a sondagem conduzida pela Rass cujos resultados estão a ser citados pela agência Bloomberg.

 

No entanto a distância para o segundo classificado, o Nova Democracia do primeiro-ministro Antonis Samaras, mantém-se na casa dos 3 pontos percentuais, com o maior partido da actual maioria governamental a arrecadar 27,2% das intenções de voto. A margem de erro da sondagem conduzida entre os dias 11 e 12 de Janeiro é de 3,1%, o que mantém em aberto o resultado final das eleições legislativas antecipadas para o próximo dia 25.

 

A grande surpresa é mesmo o To Potami que consegue o terceiro lugar com 5,8%, ultrapassando assim o partido neonazi Aurora Dourada. O partido pro-europeísta de inspiração social-democrata, criado em Março do ano passado e que conseguiu garantir dois assentos nas eleições para o Parlamento Europeu de 25 de Maio de 2014, poderá assim ser determinante quando chegar o momento para as negociações tendo em vista a formação de um governo.

 

O Aurora Dourada consegue 4,8%, seguido do Partido Comunista da Grécia com 4,4%. Já o outro partido que forma a actual coligação de governo, o Pasok, mantém a tendência descendente quedando-se com somente 3,6%, pouco acima do limite de 3% que a constituição grega estabelece como mínimo para que um partido alcance representação parlamentar.

 

Já o Movimento dos Democratas Socialistas, recentemente formado pelo antigo líder do Pasok e ex-primeiro-ministro George Papandreou, obtém 2,3% das intenções de voto, uma votação que não lhe permitiria a entrada no parlamento. Papandreou assumiu esta terça-feira que está disponível para um eventual acordo de governo com o Syriza, partido favorito à vitória no próximo acto eleitoral. Mas para isso acontecer, a 25 de Janeiro terá de conseguir superar a barreira dos 3%.

 

Os contribuintes alemães nada têm a temer face a um governo do Syriza
 
Alexis Tsipras

Tsipras garante ser impossível pagar a dívida com as actuais condições

 

Envolto por várias declarações, desde as instituições europeias até oficiais do governo alemão e passando pelo seu principal adversário, o primeiro-ministro Samaras, que garantem que a dívida grega terá de ser paga, Alexis Tsipras afirmou esta terça-feira que a Grécia não poderá pagar a dívida se os credores insistirem na actual "tortura orçamental".

 

"A verdade é que a dívida grega não poderá ser paga enquanto a nossa economia estiver sujeita a esta constante tortura orçamental", sustentou Tsipras citado pela Bloomberg. O político grego defende o fim das políticas de austeridade acordadas entre Atenas e os credores internacionais no delineamento dos dois memorandos prosseguidos no país.

 

Num artigo publicado esta terça-feira no jornal alemão Handelsblatt, Tsipras começa por assegurar que "os contribuintes alemães nada têm a temer face a um governo do Syriza", para depois dizer que "estamos perante uma lamentável maquilhagem das estatísticas para justificar a efectividade das políticas da troika". Tsipras pareceu enviar um recado para Berlim e Bruxelas, sugerindo que há um "dourar de pílula" relativamente à real situação económico-social na Grécia.

 

Alexis Tsipras aproveitou ainda para prometer que um governo por si liderado irá aumentar os níveis de despesa pública, lembrando que apesar de o PIB grego ter avançado 0,7% no terceiro trimestre de 2014 a recessão ainda não terminou, notando que a inflação continua negativa. O índice de preços na Grécia caiu 2,5% no passado mês de Dezembro, comparativamente com o período homólogo, de acordo com dados divulgados esta terça-feira pelas autoridades helénicas.

 

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