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Ministro das Finanças espanhol volta a insistir num terceiro resgate para a Grécia

Apesar dos desmentidos do Eurogrupo e da Comissão Europeia, Luis de Guindos voltou à carga e garante que a Grécia poderá vir mesmo a ser alvo de um terceiro programa europeu a partir de Julho quando termina a actual extensão.

04 de Março de 2015 às 13:55
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Vai haver ou não vai haver um terceiro resgate para a Grécia? O ministro espanhol das Finanças garante que sim, apesar dos desmentidos em Bruxelas. Luis de Guindos defende que o que está em causa para Atenas é mesmo um terceiro programa, terminada a extensão de quatro meses de empréstimos europeus.

 

"Nós demos esses quatro meses para ver qual é a situação real, para ver se a Grécia cumpriu as condições e para tentar estabelecer o que acontece a seguir, o que é fundamentalmente um terceiro resgate", disse o ministro esta quarta-feira, 4 de Março, numa conferência em Barcelona citado pela Reuters.

 

"Se a Grécia não recuperar acesso aos mercados até Junho vamos ter de estabelecer outro tipo de acordo com a Grécia, chamem-lhe um pacto, um acordo, um programa", afirmou. Luis de Guindos duvida que Atenas consiga nos próximos tempos financiar-se sozinha nos mercados.

 

Com novo Eurogrupo marcado para segunda-feira, De Guindos disse também que os ministros das Finanças da Zona Euro vão examinar as necessidades de liquidez da Grécia e os reembolsos de dívida.

 

O ministro reforçou assim que a Grécia poderá vir mesmo a ser alvo de um terceiro resgate ainda este ano. Foi na segunda-feira que o ministro espanhol revelou que os parceiros europeus estavam a preparar um terceiro resgate para a Grécia no valor estimado entre 30 mil milhões a 50 mil milhões de euros.

 

No mesmo dia, o vice-presidente da Comissão Europeia dizia que um terceiro programa de assistência pode vir a ser a única opção para Atenas. Valdis Dombrovskis apontou que os parceiros europeus estavam a discutir com o anterior Governo grego "como apoiar o regresso da Grécia ao financiamento dos mercado por intermédio de um programa cautelar ou de uma linha de crédito com condições reforçadas". Mas devido à "instabilidade financeira recente" esta solução "parece agora menos provável".

 

Contudo, altos responsáveis europeus vieram a público desmentir que tais negociações já tenham tido início ou que esta hipótese esteja em cima da mesa.

 

"Não há conversações sobre isso", assegurou Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia. Também o Eurogrupo veio negar oficialmente que esteja a ser preparado um terceiro resgate.

 

Berlim veio hoje desmentir que esteja a ser preparado um terceiro resgate para a Grécia. O porta-voz do ministro das Finanças assegurou que esta discussão não está a ter lugar no seio do Eurogrupo e que não vai estar em cima da mesa na próxima reunião.

 

Já o próprio Wolfgang Schäuble disse hoje que os parceiros europeus só vão libertar dinheiro para Atenas se Alexis Tsipras cumprir com o prometido. "Antes de qualquer envio de dinheiro, precisamos de verificar se Atenas cumpre com o acordado".

 

Recados para Atenas a partir de Dublin

 

Dublin enviou hoje um recado a Atenas. A Irlanda, tal como a Grécia, também foi alvo de um resgate internacional, mas já terminou o programa e regressou aos mercados, à semelhança de Portugal. Por isto mesmo, o primeiro-ministro celta aconselhou Alexis Tsipras a seguir o "compromisso construtivo" irlandês. "Para a Grécia, existe uma lição a aprender com a Irlanda".

 

"Não cumprimos as regras no sentido em que construímos uma relação com a troika e fizemos melhor propostas do que as deles. Fizemos assim um progresso", explicou Enda Kenny.

 

"Agora, somos capazes de pagar os empréstimos do FMI e pedir dinheiro no mercado internacional a taxas de juro em mínimos históricos", exemplificou o primeiro-ministro celta, cuja economia vai registar o maior crescimento da Zona Euro este ano.

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