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Varoufakis rejeita necessidade de terceiro resgate para a Grécia
O ministro espanhol das Finanças voltou a insistir na necessidade de um terceiro resgate, mas Atenas diz que não está à beira da bancarrota. Varoufakis garante que a Grécia tem preparado um plano alternativo, caso não receba sete mil milhões dos parceiros europeus.
Um terceiro resgate para a Grécia não está em cima da mesa. Esta é a garantia deixada pelo Governo grego para quem esta hipótese não se coloca pois Atenas não está à beira da bancarrota.
"Não existem preparações para um terceiro pacote de crédito e o país não precisa dele", disse o ministro das Finanças grego esta quinta-feira, 5 de Março, citado pela agência helénica ANA-MPA.
Yanis Varoufakis sublinhou que a Grécia tem preparado um "plano b", caso não receba dos parceiros europeus a tranche de 7,2 mil milhões de euros prevista se terminar o programa de ajustamento anterior.
O ministro apontou que o Governo tem assegurado financiamento para Março, mês em que tem de reembolsar 1,5 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e mais de 4,5 mil milhões de euros em reembolsos de dívida.
No dia em que o Banco Central Europeu (BCE) se vai reunir, o ministro das Finanças também expressou o seu desejo da autoridade monetária voltar a aceitar dívida grega como colateral para os empréstimos a bancos.
Sobre as privatizações, voltou a sublinhar que não é "dogmático" e que vai permitir que os processos já em curso se mantenham.
Madrid volta a falar em novo resgate para Atenas
Foi na quarta-feira que o ministro espanhol das Finanças voltou a insistir na necessidade de um terceiro resgate para a Grécia, que quantificou num valor entre 30 mil milhões a 50 mil milhões de euros.
"Nós demos esses quatro meses para ver qual é a situação real, para ver se a Grécia cumpriu as condições e para tentar estabelecer o que acontece a seguir, o que é fundamentalmente um terceiro resgate", disse Luis de Guindos.
Mas tal como na segunda-feira, quando falou num novo resgate pela primeira vez, voltou a ser desmentido por altos responsáveis europeus.
Primeiro, pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker: "Isso é especulação e acho preferível evitar especulações".
Já Angela Merkel sublinhou que é preciso esperar que a Grécia implemente as medidas acordadas "para garantir que o segundo programa seja um sucesso".
A insistência do ministro espanhol num terceiro resgate para a Grécia não deverá ajudar a aliviar a tensão entre Lisboa-Madrid e Atenas que surgiu nas últimas semanas devido às exigências do eixo ibérico na reunião do Eurogrupo.
Jean-Claude Juncker constatou isto mesmo na quarta-feira, quando disse ao El País que "nas últimas semanas, Espanha e Portugal foram muito exigentes em relação à Grécia".
Alexis Tsipras acusou recentemente Lisboa e Madrid de formarem um "eixo contra Atenas" que tentou "derrubar o governo do Syriza" e fazer fracassar as negociações com o Eurogrupo sobre a dívida grega.
Sobre as declarações do primeiro-ministro grego, Passos Coelho disse esta semana que o facto de Portugal e Espanha serem exigentes com Atenas "não pode ser considerado a nenhum título como uma tentativa de derrubar governos".