Mariano Rajoy respondeu, no final da cimeira energética que juntou Portugal, Espanha e França em Madrid, a questões de uma jornalista portuguesa, que o confrontou com as acusações de Alexis Tsipras, feitas na passada sexta-feira. "Tomámos a mesma decisão que os membros do Eurogrupo, [e lá] as decisões tomam-se sempre por unanimidade", afirmou Rajoy. "Não foi diferente desta vez" e portanto "não houve nem mais nem menos exigências" por parte de Portugal e Espanha.

"Tomámos a mesma decisão que tomaram todos, que é uma decisão que pretende que a Grécia cresça, tenha emprego e cumpra, como os outros, os seus compromissos", sustentou.

O problema foram as acusações de Tsipras. "O único problema que houve aqui foi uma acusação, de que não gostei, de que tanto o governo português como o governo espanhol queriam mudar o governo grego, que, sinceramente, foi uma acusação fora de lugar. Mas o importante agora é o futuro", declarou. "Vemos com bons olhos que as coisas corram bem em Portugal ou em França, tal como na Grécia. Isso é bom para Espanha e vamos trabalhar sempre nessa direcção".

Rajoy tinha começado por dizer que se preocupa com o povo grego. "Desejo o melhor ao povo grego e ao povo europeu. Quero para o povo e os cidadãos gregos o mesmo que quero para os cidadãos do meu país: que aumentem os seus níveis de bem-estar e de riqueza", garantiu.

O chefe do Governo espanhol recordou ainda o percurso que Espanha partilha com a Grécia na União Europeia. "Participámos num dos projectos de integração e sentido politico mais importante que se fez na história, que é o processo de construção europeia, que já tem muitos anos", recordou. "É um dos grandes processos históricos, e fizemo-lo porque partilhamos muitas coisas, desde logo valores, princípios e a vontade de trabalhar juntos para melhorar o bem-estar do conjunto de cidadãos da UE", rematou Rajoy.