Tudo começou ontem, segunda-feira, 29 de Junho, à noite. Alexis Tsipras telefonou a Jean-Claude Juncker na tentativa de fazer um acordo de última hora. Juncker, depois de ter falado com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, explicou ao primeiro-ministro grego o que teria de fazer para que esse acordo pudesse ser alcançado para fazer o Eurogrupo reconsiderar a sua posição de sábado.

Só depois do Eurogrupo reunir é que podia haver acordo. O tempo, no entanto, escasseia. O programa de ajuda expira à meia noite desta terça-feira. 

Margaritis Schinas, porta-voz da Comissão Europeia, na conferência de imprensa diária explicou as movimentações, garantindo que, no entanto, não havia, naquele momento, qualquer registo de uma resposta de Alexis Tsipras. Juncker tinha pedido que o primeiro-ministro grego lhe respondesse até à meia noite de ontem. 

"O tempo está a estreitar-se", acrescentou.

O porta-voz de Bruxelas acrescentou, ainda, que a proposta feita compreendia três compromissos. As medidas propostas pelas instituições sexta-feira, e divulgadas por Bruxelas no domingo, são as mesmas que foram apresentadas por Juncker a Tsipras no telefonema desta segunda-feira. Mas havia mais compromissos. Pedia-se a Tsipras que endereçasse a questão das necessidades de financiamento do país e a sustentabilidade da dívida, além de prometer ajudar no plano de crescimento e emprego para a Grécia, com um envelope de 35 mil milhões de euros.

No compromisso, no entanto, havia outro ponto sugerido por Juncker. Tsipras teria de fazer campanha pelo "sim" para o referendo de domingo, 5 de Julho.

O porta-voz da Comissão Europeia esclareceu, ainda, que Juncker não tem planos para ir à Grécia antes do referendo.