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Grécia e credores tentam fechar acordo esta quinta-feira

Um acordo final entre as instituições credoras e a Grécia foi adiado para quinta-feira, depois de o Eurogrupo discutir, na quarta-feira, as conclusões ao nível técnico das medidas inscritas na proposta hoje apresentada por Atenas.

Reuters
22 de Junho de 2015 às 22:40
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Já se sabia que da cimeira de líderes europeus, que decorreu esta segunda-feira, 22 de Junho, em Bruxelas e que terminou por volta das 22h em Lisboa, não sairia fumo branco quanto a um acordo final entre a Grécia e as instituições credoras. No entanto, os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker e Donald Tusk, respectivamente, anunciaram que o objectivo é agora o de firmar um acordo já na próxima quinta-feira, 25 de Junho, dia em que decorre uma cimeira ordinária dos líderes europeus.

 

O polaco Donald Tusk foi o primeiro a evidenciar satisfação pelo facto de a reunião de hoje, que o próprio confirmou ter agendado "para colocar um ponto final no impasse registado nas negociações" entre as partes, ter servido para cumprir dois objectivos principais: garantir um novo dinamismo nas conversações que permaneceram bloqueadas durante demasiado tempo; e colocar no mesmo barco todos os responsáveis envolvidos nas negociações.

Já Juncker optou por explicar que na próxima quarta-feira, ao final da tarde, decorrerá um novo encontro dos ministros das Finanças da Zona Euro que servirá para "preparar um plano a apresentar na quinta-feira na cimeira de líderes". O que significa que a análise e verificação da viabilidade das medidas inscritas na proposta grega hoje apresentada terá de ser concluída em apenas dois dias.

 

A satisfação pela mudança de atitude das autoridades helénicas ficou patente quando Donald Tusk realçou que "as últimas horas mostraram que todos estamos na mesma página", e também no momento em que Juncker evidenciou que "as autoridades gregas deram um passo no sentido de corresponderem às expectativas".

 

Já depois de a meio da tarde o presidente do Conselho Europeu se ter referido às últimas medidas apresentadas pela Grécia como as "primeiras propostas sérias em muitas semanas", Donald Tusk explicou que agora "Tsipras e as instituições vão trabalhar em conjunto para chegar a um acordo na quarta-feira à noite, que possa depois poder ser apresentado, na quinta-feira de manhã, aos líderes europeus".

 

Por fim, Jean-Claude Juncker mostrou-se convicto de que é possível chegar a acordo até ao final desta semana devido à simples razão, elucidou, "de que temos de encontrar uma solução".

 

Questionado sobre a possibilidade de reestruturação da dívida pública grega, Juncker limitou-se a referir que esta "não é a altura para discutir essa questão". A pergunta feita por um jornalista surgiu depois de fontes oficiais terem adiantado que na curta conversa mantida entre Alexis Tsipras e Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), o primeiro-ministro grego terá insistido na necessidade de, no âmbito do acordo, existir algum tipo de alívio da dívida grega. 

 

Seguindo a mesma narrativa, à saída da reunião mantida com os seus homólogos, a chanceler Angela Merkel reforçou as ideias transmitidas por Juncker e Tusk. Além de garantir que "todos os líderes apoiaram decisivamente um compromisso para chegar a acordo com a Grécia", reconheceu que ainda é necessário um "trabalho negocial intensivo" com as autoridades helénicas.

 

Depois de cerca de cinco meses de impasse nas conversações, e quando se aproxima o dia 30 de Junho, em que além de terminar o programa de assistência grego ainda em curso, vence a devolução de quase 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), as autoridades gregas acabaram por apresentar, pela primeira vez desde 20 de Fevereiro, uma proposta que teve como ponto de partida medidas anteriormente definidas pelos credores. No caso uma proposta apresentada pelas instituições no início do presente mês de Junho.

 

As medidas hoje apresentadas foram bem recebidas pelos ministros das Finanças do euro, a quem deu voz Jeroen Dijsselbloem, líder do Eurogrupo, classificando-as como "um passo na direcção certa". Entre essas propostas surgem medidas que confirmam um recuo do Governo grego face àquilo que foram as promessas eleitorais que garantiram a vitória do Syriza nas eleições de 25 de Janeiro.

 

Entre essas medidas está o aumento de impostos sobre os rendimentos logo a partir de 12 mil euros anuais, a eliminação gradual e posterior substituição do actual suplemento às pensões mais baixas ou a eliminação gradual das opções que hoje existem para a atribuição das aposentações antecipadas. O governo do Syriza mantém-se, porém, irredutível quanto à exigência dos credores de passar a taxar a energia eléctrica no escalão mais elevado do IVA. 


(Notícia actualizada às 23h20)

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