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Centeno admite que acordo para reforma da Zona Euro é insuficiente
O ministro português das Finanças e líder do Eurogrupo realçou a importância do acordo alcançado ao nível técnico para a reforma do bloco do euro, contudo admite que para garantir a "prosperidade" para todos é ainda preciso um orçamento comum e um fundo de garantia de depósitos.
No último dia do congresso do Partido Socialista Europeu (PSE) que decorre desde ontem no ISCTE, em Lisboa, o ministro português das Finanças salientou que o acordo fechado pelos ministros das Finanças da Zona Euro "permitiu concretizar medidas que se arrastavam desde a crise", dando como exemplo a forma encontrada para financiar o "fundo de resolução bancária".
Todavia, o também líder do Eurogrupo frisou que as duas medidas que ainda precisam de "trabalho futuro" - fundo de garantia de depósitos (o chamado terceiro pilar da união bancária) e a criação de um orçamento comum para a área do euro - são fundamentais para a promoção da "convergência e competitividade da área do euro".
Centeno falava no âmbito de um debate a propósito do futuro de uma Europa mais sustentável, com o governante a alertar que é crucial trazer a questão da reforma da Zona Euro para o "centro do debate europeu". O estabelecimento de um orçamento comum "deve ser utilizado para unir os nossos cidadãos e não para os afastar ainda mais da política", atirou lembrando que é a "indiferença" face a estes temas que "permite que as forças populistas avancem".
O titular das Finanças sustentou ainda que a Europa de tem preparar as economias europeias "para as mudanças estruturais em curso: envelhecimento, digitalização, progresso da tecnologia". Como tal, Centeno identificou ainda a importância de reformar as instituições europeias que "sustentam a moeda única para que o euro cumpra função essencial de ser um veículo de prosperidade para os cidadãos europeus".