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Costa quer mais Europa como resposta aos desafios da globalização

O primeiro-ministro português identifica a globalização como o factor que mais "assusta" os cidadãos europeus e garante que a resposta só pode passar pela acção conjunta ao nível europeu.

Mário Cruz/Lusa
08 de Dezembro de 2018 às 15:18
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A solução para os desafios da União Europeia não passa por menos mas por "mais Europa", defendeu António Costa na intervenção feita no congresso do Partido Socialista Europeu (PSE) que teve lugar nos dois últimos dias no ISCTE, em Lisboa. 

Para o primeiro-ministro português, o "grande desafio que temos pela frente é vencer o medo". "Temos de perceber o que assusta os cidadãos na Europa", disse o secretário-geral socialista identificando como principal factor o medo da "globalização", que fez que com a Europa deixasse de ser o "centro do mundo".

Como tal, António Costa considera que não será "cada um por si" que este desafio pode ser superado. "É com a Europa que podemos regular a globalização", concluiu. 

Sustentando que a política comercial comunitária é um instrumento de defesa do "modelo social europeu", o governante sublinhou a importância de "garantir que os acordos comerciais defendem padrões elevados do ponto de vista social e ambiental". Reiterando a relevância do socialismo democrático e da social-democracia, Costa frisou ainda que a acção pela via fiscal "continua a ser fundamental para, através da redistribuição, garantir maior coesão".

Foi então o momento do discurso em que António Costa discorreu sobre os méritos e objectivos alcançados pelo seu Governo, do pagamento antecipado da dívida ao FMI à diminuição do desemprego e do défice, passando pelo crescimento económico. 

Recordando que apesar de muitos terem previsto, há três anos, que a geringonça iria "isolar" Portugal, Costa rematou dizendo que o Executivo do PS demonstrou "que era de facto possível virar a página da austeridade". "Hoje estamos mais no centro do continente do que estávamos há três anos."


"Estamos hoje mais fortes na Zona Euro, não só por Mário Centeno ser presidente do Eurogrupo, mas porque provámos que era possível ter melhores resultados com uma política diferente", insistiu.

O sucesso das políticas seguidas em Portugal reflecte-se também "no que diz respeito à qualidade da nossa democracia" e nos "bons resultados na confiança dos portugueses na União Europeia". Para corroborar esta ideia, António Costa notou que, de 2013 até agora, a confiança dos cidadãos lusos nas instituições democráticas aumentou de 15% para 75% e a confiança na União cresceu de 24% para 54%. Hoje Portugal é "o segundo país que mais confina na UE", congratulou-se.

O primeiro-ministro dirigiu a parte final do discurso para elogiar a acção desenvolvida por Frans Timmermans, actual vice-presidente da Comissão Europeia e candidato do PSE à presidência deste órgão executivo da UE. Costa frisou que mais do que uma união aduaneira, um mercado único ou uma moeda comum, a Europa é "uma comunidade de valores e é sobre esses valores que temos de construir a Europa do futuro".

Assim, destacou o papel de Timmermans no combate à deriva nacional-autoritária sobretudo visível na Polónia e na Hungria. Costa identifiou essa "ameaça autoritária" como o "verdadeiro adversário" dos socialistas nas eleições para o Parlamento Europeu que terão lugar em Maio do próximo ano. 

A terminar, António Costa disse ter "muito orgulho" em que o o candidato do PSE seja um "socialista convicto, um feminista convicto e um ecologista convicto".

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