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Timmermans: eleições europeias serão "sobre a alma da Europa"

O candidato dos socialistas europeus à presidência da Comissão Europeia considera que as próximas eleições para o Parlamento Europeu "são sobre a alma da Europa". Timmermans pega na proposta de Sánchez e promete um "novo contrato social" para a Europa.

Reuters
08 de Dezembro de 2018 às 16:14
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As eleições europeias de Maio do próximo ano "não são normais, são sobre a alma da Europa". A garantia é do trabalhista holandês Frans Timmermans, cuja intervenção encerrou o congresso do Partido Socialista Europeu (PSE) que teve lugar esta sexta-feira e sábado no ISCTE, Lisboa.

O candidato do PSE à presidência da Comissão Europeia puxou dos galões de ser vice-presidente deste órgão executivo da União Europeia com a responsabilidade de tutelar o respeito pelas regras do Estado de Direito para sustentar que, nas eleições para o Parlamento Europeu agendadas para Maio de 2019, estão em causa os valores que serviram de alicerces ao projecto de integração europeia. 

Não espantou, portanto, que Timmermans tenha deixado críticas aos governos nacional-autoritários da Hungria e da Polónia. Em contraposição aos que exercem o "poder pela força", o holandês fez questão de afirmar que a UE continua a basear-se "na democracia, no Estado de Direito e no respeito pelos direitos fundamentais".

Na mesma linha do que dissera antes o primeiro-ministro António Costa, também Timmermans defendeu que a União não pode assentar somente no mercado único ou na união aduaneira, sendo necessário o respeito pelas regras democráticas tais como a separação de poderes para que os primeiros funcionem. Para Timmermans, enquanto força progressista, o PSE é o partido mais capaz de garantir o respeito pelos valores europeus, em especial tendo em conta que em Budapeste e em Varsóvia governam forças conservadoras.

E perante o regresso de "políticas identitárias a tantos países", Frans Timmermans proclamou que na Europa, como no mundo, "só há uma raça, a raça humana".

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da Holanda apontou ainda a "ameaça ao nosso modo de vida" representada pelo presidente russo, Vladimir Putin, bem como a tentativa de dividir a Europa protagonizada por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, como factores que obrigam a União Europeia a "mudar" e "adaptar-se" 

Timmermans promete cumprir proposta de Sánchez

"O mundo está a mudar tão rápido que se não nos adaptarmos tornamo-nos obsoletos", continuou o dirigente europeu para quem o PSE é "a força política com a força e capacidade" para promover essa adaptação aos novos tempos e consequentes desafios.

Aqui chegado, Frans Timmerns prometeu que se for o próximo presidente da Comissão vai abraçar como sua a proposta feita minutos antes pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, com vista ao estabelecimento de um "novo contrato social" na Europa e fazer desta a sua "linha de acção". 


Numa altura em que se aproxima a decisiva votação, no parlamento britânico, do acordo de saída negociado entre Londres e Bruxelas, e que poderá não colher o apoio necessário da parte dos deputados britânicos, o que vem dando força nos últimos dias à possibilidade de cancelamento do Brexit, Timmermans reconheceu que, por ele, "o Reino Unido continuará a fazer parte da família europeia".

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