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Theresa May diz que adiamento da saída da UE "não resolve o problema"

Depois de ter sido noticiada a eventual disponibilidade da UE para adiar o Brexit até 2021, a primeira-ministra britânica Theresa May vem defender que esse adiamento não é suficiente para resolver o problema.

Reuters
25 de Fevereiro de 2019 às 15:21
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A primeira-ministra britânica, Theresa May, defendeu hoje em Sharm el-Sheikh (Egito) que um adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) "não resolve o problema".

"Um adiamento é um adiamento, não resolve o problema", afirmou May, em conferência de imprensa, após a cimeira UE-Liga Árabe.

A chefe do Governo britânico vincou que uma prorrogação do artigo 50.º "não oferece uma decisão no parlamento, não oferece um acordo".

"Está ao nosso alcance sair com um acordo a 29 de março é nisso que todas as minhas energias vão estar concentradas", acrescentou a líder conservadora.

Nos dois dias da cimeira, na qual inicialmente não tinha planeado participar, May encontrou-se com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e ainda com os homólogos holandês, Mark Rutte, e italiano, Giuseppe Conte.

A sensação que retirou dessas conversas, revelou, é que existe 'uma verdadeira determinação em encontrar uma forma de permitir que o Reino Unido saia da UE de uma forma suave e ordenada com um acordo".

"Ainda há mais trabalho por fazer, e a minha equipa estará em Bruxelas amanhã [terça-feira] a trabalhar nas garantias juridicamente vinculativas que o Parlamento do Reino Unido precisa em relação ao ‘backstop’", adiantou.

O Governo britânico está empenhado em conseguir alterações à solução para a fronteira da Irlanda do Norte, designada por ‘backstop’ no Acordo de Saída negociado com Bruxelas.

Este mecanismo de salvaguarda consiste na criação de "um território aduaneiro único" entre a UE e o Reino Unido para assim evitar uma fronteira física entre a República da Irlanda, Estado-membro da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte.

A solução só seria usada caso a parceria futura entre Bruxelas e Londres não ficasse fechada até ao final do período de transição, que termina a 31 de dezembro de 2020, e que poderá ser prolongado uma única vez por uma duração limitada.

Porém, um grande número de deputados britânicos, sobretudo eurocéticos, teme que o país fique indefinidamente numa união aduaneira com a UE, e defendem a substituição do ‘backstop’ por "providências alternativas".

O governo precisa de uma maioria de votos no parlamento ratificar um acordo que garanta uma saída ordenada do bloco europeu, mas o texto negociado com Bruxelas foi rejeitado em 15 de janeiro por uma margem de 230 votos, incluindo de 118 deputados do partido Conservador.

No domingo, Theresa May afirmou, em declarações a jornalistas britânicos, que o chamado "voto significativo" será repetido antes de 12 de março, apenas 17 dias antes da data de saída, a 29 de março.

Hoje, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que, perante o impasse no parlamento britânico, "uma extensão [do artigo 50.º] seria uma solução racional".

Num artigo publicado no sábado, os ministros da Economia, Greg Clark, do Trabalho, Amber Rudd, e da Justiça, David Gauke, publicaram um artigo onde defendiam que, se um acordo não for aprovado pelo parlamento breve "seria melhor procurar estender o Artigo 50.º e adiar nossa data de partida em vez de deixar a União Europeia em 29 de março".

 

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