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May exclui união aduaneira exigida por Corbyn

A primeira-ministra britânica respondeu não a uma das cinco exigências colocadas pelo líder dos trabalhistas como condição para apoiar um acordo de saída da UE. Theresa May regressa esta terça-feira ao parlamento para revelar os avanços conseguidos no processo do Brexit.

Reuters
11 de Fevereiro de 2019 às 16:32
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A pacificação relativa na relação entre Theresa May e Jeremy Corbyn não é ainda suficiente para que a chefe do governo britânico e o líder da oposição assumam uma posição comum relativa ao Brexit. Esta segunda-feira, a primeira-ministra rejeitou incluir no acordo de saída da União Europeia o estabelecimento de uma união aduaneira com o bloco europeu.

Theresa May rejeita assim uma das cinco condições colocadas por Corbyn em troca do apoio a um acordo para o Brexit. "Não estamos a considerar as propostas de Jeremy Corbyn para uma união aduaneira. Não estamos a considerar quaisquer propostas para permanecer numa união aduaneira. Temos de ter a nossa própria e independente política comercial", afirmou um porta-voz de May citado pela imprensa britânica.

Esta garantia surge num dia em que vários jornais britânicos davam conta da possibilidade de o governo conservador aceitar negociar um acordo aduaneiro com Bruxelas. E também depois de esta manhã o chefe da equipa negocial da UE para o Brexit, Michel Barnier, ter admitido que a solução para o atual impasse pode estar precisamente na negociação de uma relação mais próxima entre Londres e Bruxelas, ou seja uma união aduaneira. 

No entanto, a líder dos "tories" ressalva espaço para o reforço do diálogo com a oposição no que concerne ao Brexit, designadamente através da discussão de propostas que permitam garantir o respeito pelos direitos dos trabalhadores e legislação ambiental depois de consumada a saída da UE, além da intenção de atribuir um papel de maior relevo ao parlamento britânico na definição de um acordo de saída revisto.

Os próximos passos

Esta terça-feira, May volta à Câmara dos Comuns para atualizar os deputados britânicos do andamento da negociação do Brexit, em especial no que diz respeito ao mecanismo de salvaguarda para evitar o restabelecimento de uma fronteira física entre as duas Irlandas.

Isto depois de o parlamento ter aprovado uma emenda que pressupõe que o backstop para a fronteira irlandesa seja substituído por "disposições alternativas".

Depois da conversa na semana passada entre May e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o porta-voz da instituição notou que Bruxelas mantém a recusa em alterar os pressupostos do acordo fechado no final do ano passado e amplamente rejeitado em Londres.

Contudo, o porta-voz Margaritis Schinas notou que Juncker mostrou abertura da UE para negociar uma relação mais próxima com o Reino Unido mediante "concessões de ambas as partes" que permitam acrescentar novos compromissos à declaração política não vinculativa sobre a relação futura entre os dois blocos.

Até aqui Bruxelas manteve a recusa em definir uma data-limite para o backstop ou em permitir a saída unilateral de Londres da união aduaneira prevista caso o backstop seja ativado.

Para o próximo dia 14 de fevereiro está previsto o início do debate parlamentar de uma nova moção do governo para a saída da UE, sendo que a mesma será sujeita a emendas. O que acontece a seguir vai depender do que for aprovado, se uma estratégia alternativa à da primeira-ministra ou se o caminho escolhido por May.

Se até ao dia 27 deste mês não for aprovado nenhum acordo pelo parlamento, o governo conservador garante que a Câmara dos Comuns poderá reiniciar, a partir do zero, o debate de uma solução para o Brexit. Se até 29 de março não houver apoio a um tratado jurídico para a saída da UE e se May continuar a não aceitar adiar o Brexit, então o Reino Unido sai do bloco europeu de forma desordenada.  

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