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Tusk: “Haverá um sítio especial no inferno para quem defende o Brexit sem ter um plano”

O tom está a subir entre a União Europeia e os defensores do Brexit. Donald Tusk afirmou que deve haver um sítio especial no inferno para os defensores da saída do Reino Unido da União Europeia sem que tenham um plano viável para o fazer.

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06 de Fevereiro de 2019 às 13:15
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Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, esteve reunido com o primeiro-ministro da Irlanda, tendo reiterado a disponibilidade da Europa em manter-se ao lado dos irlandeses no processo de saída do Reino Unido da União Europeia. E aproveitou a conferência de imprensa conjunta para usar um tom dramático e que já mereceu reações.

 

"Tenho pensado sobre que sítio especial no inferno haverá para os que promovem o Brexit sem sequer terem um esboço de um plano para o fazer de forma segura", afirmou Tusk, numa conferência de imprensa, acompanhado pelo primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar.

 

A Reuters realça que a declaração foi mais do que intencional, tendo sido publicada na sua página do Twitter assim que foi proferida.

Esta declaração não ficou sem resposta. "Depois do Brexit vamos ser livres de não eleger ‘bullies’ arrogantes como tu – parece-me o céu", afirmou Nigel Farage, citado pela Reuters.

 

O acordo de saída do país da região foi chumbado no Parlamento. Theresa May, a primeira-ministra britânica, ficou encarregue de o renegociar. Em causa está o mecanismo de salvaguarda para a fronteira da Irlanda, o chamado "backstop".

 

Bruxelas exige que haja este "backstop" para impedir a restituição de uma fronteira rígida entre as duas Irlandas e que se for acionado mantém indefinidamente o Reino Unido numa união aduaneira com a UE, isto até ser alcançado um acordo comercial subsequente para os dois blocos.

Conservadores "hard brexiters" e unionistas da Irlanda do Norte, cujos 10 deputados apoiam, no parlamento, o executivo de May, rejeitam esta possibilidade, o que tem prolongado o impasse em torno do processo de saída do país da UE.

 

Leo Varadkar considerou esta quarta-feira que o acordo, que foi rejeitado pelo Parlamento britânico, era "o melhor possível".

 

Tusk disse ainda esperar que Theresa May apresente amanhã ideias que sejam possíveis de ser trabalhadas entre as duas partes. O presidente do Conselho Europeu acredita que não há volta a dar e que o Brexit vai mesmo acontecer, isto porque não há "uma liderança para a permanência". Por isso, é preciso trabalhar para evitar que haja uma saída desordeira e garantir que há uma salvaguarda para a fronteira com as Irlandas.

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