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Juncker diz não ter problemas de consciência em relação a Itália e lança novos avisos

O plano orçamental italiano está a ser alvo de críticas de Bruxelas. Jean-Claude Juncker diz mesmo que Itália tem de cumprir as regras.

reuters
Negócios 06 de Outubro de 2018 às 17:48
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A Comissão Europeia lança novo aviso a Itália para que cumpra as metas de défice pedidas em Julho. O presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, citado pela Bloomberg, pede a Itália que redobre os esforços orçamentais para evitar desvios face aos compromissos assumidos com Bruxelas, dizendo que o Governo de Roma já conseguiu concessões para os gastos.

A Comissão Europeia enviou mesmo uma carta ao ministro das Finanças italiano, Giovanni Tria, dizendo que com o planeado défice de 2,4% para 2019, o défice estrutural subirá 0,8%. Em Julho os ministros europeus pediram a Roma que reduzisse o défice estrutural em 0,6%. Às preocupações levantadas por Bruxelas o governo transalpino já veio dizer que "não recuará" nos planos de despesas. 

Bruxelas diz ainda que as intenções de Itália de diminuírem o défice para 2,1% em 2020 e 1,8% em 2021 também não são suficientes, porque tal significa que o défice estrutural não se alterará em 2020-21. Mas Itália tem de fazer descer esse indicador todos os anos.

"Apelamos a todas as autoridades italianas que garante que o'draft' do plano orçamental cumpra as regras", escreveu, ainda, Bruxelas, citada pelaReuters.

Luigi di Maio, vice-primeiro-ministro e líder do Movimento 5 Estrelas, já fez saber que "é preciso clarificar que não vamos retroceder porque as medidas não pretendem desafiar Bruxelas ou os mercados, mas são necessária para compensar os cidadãos italianos de muitos erros". Por isso, garantiu não haver plano B.

Já depois destas declarações, a Bloomberg noticiou as declarações de Juncker aos jornalistas austríacos. "No caso de Itália, introduzimos linhas de flexibilidade na aplicação do pacto de estabilidade e crescimento", acrescentando que "a Itália foi permitido realizar despesas que não teriam sido autorizadas se aplicássemos o plano de forma restritiva e não de forma inteligente". Acrescentou ainda que sob a forma como tratamos Itália "não tenho problemas de consciência".
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