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Irlanda: Resultados finais das eleições confirmam risco de limbo político

Seis dias depois das eleições, a Irlanda apresentou finalmente os resultados oficiais finais que confirmam um novo parlamento mais fragmentado, sem consensos óbvios à vista. Novas eleições podem revelar-se inevitáveis.

Reuters
03 de Março de 2016 às 10:43
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Ao fim de seis dias, a Irlanda conheceu os resultados oficiais e definitivos das eleições legislativas realizadas na passada sexta-feira, e o quadro final confirma um novo parlamento muito mais fragmentado, coligações difíceis e a probabilidade de, a breve trecho, ser necessário chamar de novos os irlandeses às urnas.

O Fine Gael do ainda primeiro-ministro Enda Kenny foi o partido mais votado mas perdeu muito terreno junto do eleitorado: obteve 25,5% dos votos, 50 dos 178 lugares no novo parlamento, quando há cinco anos havia garantido 76. O seu aliado no governo, os socialistas do Labour, sofreu uma derrota ainda mais pesada, tendo elegido apenas sete deputados, contra os 33 que havia eleito em 2011.


A maior recuperação foi para o Fianna Fail, que quase empata com o Fine Gael. O partido, que à semelhança do PS em Portugal pediu mas não executou o programa de resgate em 2010, conquistou 24,3% dos votos e 44 lugares no novo parlamento – o Dáli.

O Sinn Fein (que se apresenta como o partido anti-austeridade) também cresceu, embora menos do que o esperado, conquistado 22 lugares, havendo ainda a destacar os 34 assentos assegurados por candidatos independentes e pequenos partidos.

 

Enda Kenny anunciou ontem que irá iniciar negociações com outros partidos para tentar chegar a uma plataforma de compromisso que permita a formação de um governo. Esse mandato foi-lhe dado numa reunião realizada terça-feira à noite pela direcção do Fine Gael que, não obstante ter obtido um resultado que reconhece ser "decepcionante"

"Vamos envolver-nos de forma plena e inclusiva com os outros partidos, grupos e deputados independentes para assegurar que um governo determinado em trabalhar para os irlandeses pode ser formado", disse Kenny, citado pelo Irish Times.

"Em consulta com os nossos representantes que foram agora eleitos, vamos formular um conjunto de princípios que orientarão a participação Fine Gael num futuro governo. Esses princípios reflectirão as preocupações destacadas e priorizadas durante a campanha 

eleitoral pelo povo irlandês."


A declaração foi feita um dia depois de o líder de Fianna Fáil, Micheál Martin, ter pedido que se discuta uma "forte limitação" dos poderes do actual governo antes de o novo parlamento – o Dáil – tomar posse em 10 de Março. Se nessa data, o parlamento não conseguir investir nenhum primeiro-ministro, Enda Kenny continuará em gestão.

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