Notícia
Irlanda na expectativa de "bloco central" ou de novas eleições
O novo parlamento deverá revelar-se incapaz de eleger nesta quinta-feira um novo primeiro-ministro. Grande coligação ao centro ou novas eleições são os cenários mais prováveis.
O novo parlamento irlandês reúne-se nesta quinta-feira para eleger um primeiro-ministro, mas a fragmentação política que resultou das eleições legislativas de 28 de Fevereiro tornará essa missão impossível. Pela frente, há agora dois cenários dados como prováveis pelos analistas políticos: ou o Fine Gael (FG), o partido conservador do ainda primeiro-ministro Enda Kenny (na foto), consegue um acordo inédito de coligação com o velho rival Fianna Fáil (FF) ou os irlandeses voltarão a ser chamados às urnas.
De acordo com o Irish Times, vários ministros do FG são defensores de uma grande coligação e o partido estará preparado para oferecer um acordo ao FF que pressupõe igual número de ministérios para cada partido e a possibilidade de a chefia do governo mudar de mãos após um período a negociar. Embora o FG ainda esteja a negociar com partidos menores e independentes, a sua liderança terá já chegado à conclusão de que uma coligação com o Fianna Fáil é a única forma de garantir um governo estável.
Já do lado do FF haverá maiores resistências à ideia de uma coligação ao centro. A preferência vai para o apoio a um governo minoritário do FG e preservar a capacidade de forçar novas eleições logo que o partido pressinta que as pode ganhar. O problema, escreve ainda o Irish Times, é que o Fine Gael prometeu na campanha formar um governo alternativo e Enda Kenny não estará disponível para ficar à frente de um governo "sem autoridade, só com responsabilidade".
Após eleições muito disputadas, o FG ficou com 50 lugares no parlamento e o Fianna Fáil com 44. O limiar da maioria no Dáil é de 79 assentos.