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Bundesbank sugere aumento da idade da reforma para 69 anos

A recente descida das taxas de juro pode significar menos rendimento para quem poupa hoje a pensar na reforma, alerta o banco central alemão que defende mais mudanças nos parâmetros de formação das pensões.

Reuters
Negócios 15 de Agosto de 2016 às 13:56
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O Bundesbank sugere que a idade legal da reforma aumente progressivamente na Alemanha para os 69 anos até 2050 de modo a aliviar a pressão sobre o sistema pensionista resultante do envelhecimento crescente da população.

A sugestão do banco central alemão, publicada no seu boletim mensal, divulgado nesta segunda-feira, 15 de Agosto, assenta na conclusão de que as recentes mudanças efectuadas por sucessivos governos, e que incluem a elevação da idade da reforma dos 65 para os 67 anos até 2030, não garantem a manutenção da mesma taxa de substituição de salário por pensão a partir de 2050, o que significará uma descida do rendimento médio dos aposentados a partir dessa data.
 

"Devido aos desenvolvimentos demográficos, os parâmetros de um sistema de pensões assente em contribuições não podem ser mantidos inalterados". "A  incerteza sobre a estabilidade financeira na velhice poderia ser reduzida se fosse tornado claro que parâmetros como a idade legal da reforma, o seu valor e as taxas de contribuição podem ser ajustados no longo prazo", argumenta o Bundesbank.


Quem não optar por seguros ou outras aplicações alternativas ao sistema público poderá sofrer quebras de rendimento ainda mais cedo, muito embora as actuais baixas taxas de juro tendam a reduzir o valor futuro das pensões privadas, acrescenta o banco central.

 

O actual Governo de coligação CDU/SPD liderado por Angela Merkel anunciou em Março último que as pensões serão aumentadas neste ano em 4,25% para os reformados da Alemanha ocidental e em 5,95% na parte oriental, o que representa a maior subida em 23 anos. Os aumentos, diferenciados entre o Este e o Oeste da Alemanha com o objectivo de aproximar as reformas pagas nas duas partes do país, entraram em vigor em 1 de Julho. No ano passado, a inflação alemã ficou nos 0,3%, a taxa mais baixa desde 2009, enquanto o aumento das pensões no Oeste e Este da Alemanha foi de 2,1% e 2,5%, respectivamente.

Portugal implementou uma série de medidas no sistema de pensões nos últimos anos, como a introdução do factor de sustentabilidade que indexa as pensões à esperança média de vida, o aumento da idade da reforma para os 66 anos, a suspensão da indexação das pensões ao crescimento e à inflação (excepto para as pensões mínimas) e a criação de uma taxa de solidariedade sobre as mais elevadas.

 

No entanto, várias instituições internacionais, designadamente o FMI, têm recomendado mais mexidas, considerando que o impacto na despesa que decorre destas mudanças "tem sido limitado" e que "as reformas introduzidas até agora vão gerar poupanças apenas no longo prazo devido à extensão das regras de protecção dos direitos adquiridos para os actuais pensionistas", esperando-se que a despesa aumente.

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