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Parlamento sueco volta a chumbar proposta de governo e aproxima eleições
Como esperado, a tentativa de Stefan Lofven continuar como primeiro-ministro foi rejeitada pelo parlamento da Suécia, o que agrava o bloqueio político no país. Cenário de eleições antecipadas ganha força.
À segunda tentativa ainda não foi de vez. O parlamento da Suécia chumbou esta sexta-feira, 14 de Dezembro, a candidatura de Stefan Lofven a primeiro-ministro, isto depois de há precisamente um mês ter também rejeitado a tentativa do líder do Partido Moderado (centro-direita), Ulf Kristersson, de liderar a formação de um novo executivo.
Tento em conta que só restam duas tentativas para eleger um novo primeiro-ministro, e que o parlamento sueco chumbou já as candidaturas dos líderes das duas maiores forças políticas do país, o cenário de eleições antecipadas é cada vez mais real.
Até hoje nunca uma candidatura a primeiro-ministro tinha falhado na Suécia, o que mostra as dificuldades dos parlamentares suecos em lidar com a expressiva subida da extrema-direita (Democratas Suecos) nas eleições (17,5% dos votos) que decorreram há já mais de três meses.
Lofven, líder do Partido Social-Democrata (centro-esquerda) e primeiro-ministro interino, recebeu 116 votos favoráveis e 200 contra, mantendo a Suécia sem governo em plenitude de funções.
Andreas Norlen, presidente do parlamento e membro do maior partido da oposição (Partido Moderado), considera, em declarações citadas pela Reuters, que os partidos "estão a empurrar a Suécia para novas eleições". Depois de quatro candidaturas fracassadas a primeiro-ministro são convocadas eleições antecipadas.
Porém, dado que, pelo menos até ao momento, tanto o bloco de centro-esquerda (Partido Social-Democrata, Verdes e Partido da Esquerda) como o de centro-direita (Moderados, Democratas-Cristãos, Centro e Liberais) recusam negociar qualquer tipo de aliança ou acordo de incidência parlamentar com a extrema-direita, o mais certo nesta fase é que tenham de ser convocadas novas eleições. "Já decidi que vou dar passos para preparar esse cenário", admitiu o líder do parlamento Andreas Norlen.
Esta quarta-feira, o parlamento recusou a proposta de orçamento para 2019 apresentada pelo governo em funções liderado pelo centro-esquerda, acabando por aprovar o orçamento proposto por Ulf Kristersson.
Isto significa que seja qual for o próximo governo, terá de gerir as contas públicas suecas com base na proposta expansionista apresentada pelo centro-direita que inclui um corte de impostos no valor de cerca de 1,94 mil milhões de euros.