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Quatro meses depois, Suécia tem novo Governo que exclui a extrema-direita
Esta sexta-feira concretizou-se o pré-anunciado acordo entre os partidos suecos para a formação de um novo Governo. De fora fica o partido de extrema-direita que ganhou força nas eleições de setembro.
O Parlamento sueco reconduziu o social-democrata Stefan Lofven (na foto) como primeiro-ministro da Suécia esta sexta-feira, 18 de janeiro. Depois de 131 dias de impasse político - o maior período da sua história -, os social-democratas alcançaram um acordo com os verdes, os centristas e os liberais e garantir a abstenção do Partido da Esquerda para formar Governo. Afastado do poder fica o partido de extrema-direita, os Democratas Suecos.
Na Suécia há dois blocos políticos: o da esquerda que junta o Partido Social-Democrata, Os Verdes e o Partido da Esquerda; e o da direita que junta os Moderados, o Partido do Centro, os Liberais e os Democratas-cristãos. Nenhum dos dois blocos conseguiu maioria nas eleições uma vez que o partido de extrema-direita, os Democratas Suecos, reforçou a sua votação, tornando-se o terceiro maior partido sueco.
O desbloquear do impasse acontece com a quebra dos dois blocos tradicionais, o que acontece pela primeira vez em seis décadas. Os centristas e os liberais chegaram a acordo com Stefan Lofven para apoiar um Governo liderado pelo Partido Social-Democrata - o partido que ganhou as eleições, ainda que com o pior resultado do último século - em coligação com os Verdes.
Além disso, a abstenção do Partido da Esquerda possibilitou a formação do Governo. Tal acontece porque o sistema parlamentar sueco permite, teoricamente, que um Governo tome posse sem nenhum voto a favor, desde que não tenha uma maioria de votos contra.
"Nestes tempos em que as forças extremistas de direita estão a crescer em muitos países, a Suécia escolheu seguir outro caminho", afirmou o líder parlamentar social-democrata, Anders Ygeman, citado pela Bloomberg, depois de vencer o voto. Este será o segundo mandato de Lofven à frente do Governo sueco depois de cumprir um mandato de quatro anos.
O Governo é formado quatro meses depois das eleições de setembro e após duas tentativas fracassadas. Caso este acordo falhasse, os partidos só teriam mais uma oportunidade de voto no Parlamento. Caso o quarto voto não fosse bem sucedido, a Suécia teria de ir para eleições antecipadas.
Este novo Executivo resulta da conjugação de várias exigências dos partidos que o apoiam, mas terá de executar um orçamento expansionista com redução de impostos que foi aprovado durante o impasse político pela coligação de direita. Lofven terá ainda de satisfazer a vontade dos centristas e dos liberais de cortar nos impostos sobre o rendimento, mas sem alienar os seus parceiros à esquerda.