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Primeiro-ministro sueco perde voto de confiança e fica a chefiar governo interino

O social-democrata Stefan Löfven torna-se no primeiro líder de um executivo sueco a cair na sequência de um voto de confiança no parlamento. No entanto, Löfven vai continuar a chefiar um governo interino até que seja encontrada uma solução governativa com apoio maioritário. Extrema-direita fica à espreita.

EPA
25 de Setembro de 2018 às 11:13
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A previsível dificuldade para formar um governo com apoio parlamentar maioritário na sequência das divididas eleições do passado dia 9 de Setembro transformou-se em confirmação de instabilidade política na Suécia depois de o primeiro-ministro social-democrata Stefan Löfven ter perdido na manhã desta terça-feira, 25 de Setembro, um voto de confiança.

O líder do bloco de centro-esquerda (Partido Social-Democrata, Verdes e Partido da Esquerda) mereceu 142 votos a favor do seu executivo, contudo a extrema-direita (Democratas Suecos) juntou-se ao campo do centro-direita (Partido Moderado, Centro, Democratas-Cristãos e Liberais) para derrotar Löfven com 204 votos contra.

Apesar deste resultado que derruba o governo social-democrata, Stefan Löfven (centro-esquerda), primeiro-ministro desde 2014, vai continuar a liderar a Suécia de forma interina até que seja encontrada, no parlamento, uma solução governativa capaz de recolher apoio maioritário. O recém-eleito líder do parlamento, Andreas Norlén (Partido Moderado, centro-direita) vai liderar o processo relativo à tentativa de formação de um novo executivo.
Nunca até hoje o chefe de um governo sueco tinha caído na sequência de um voto de confiança no parlamento. 

Esta é a consequência imediata do resultado das eleições realizadas no início do mês e que produziram um parlamento altamente polarizado, com apenas um assento parlamentar a separar o campo de centro-esquerda (144) e o bloco de centro-direita (143). A agravar a situação, os Democratas Suecos conseguiram um importante crescimento (62 deputados), embora as restantes forças políticas tenham recusado encetar negociações para formar governo com a extrema-direita. 

Depois desta iniciativa parlamentar, Ulf Kristersson (líder do Partido Moderado, o maior partido da aliança de conservadora) deverá tentar formar governo. Porém, uma vez que o bloco de centro-direita está em minoria relativa terá sempre de assegurar o apoio de algum partido do centro-esquerda ou então do partido anti-imigração Democratas Suecos. Löfven já repetiu por diversas vezes desde as eleições que rejeita suportar um executivo liderado pelos conservadores.

No esforço para formar governo, o líder do parlamento dispõe de quatro tentativas que, se fracassarem, deixarão a Suécia numa situação de bloqueio político só resolúvel mediante a realização de novas eleições gerais no prazo de três meses após a última votação fracassada para constituir uma solução governativa.

Desta forma, e se persistir a rejeição, tanto do centro-esquerda como do centro-direita, a uma solução que inclua a extrema-direita, só haverá um governo maioritário se um ou mais partidos de cada um dos dois maiores blocos assumirem um compromisso político.

Apesar do agravar da incerteza, os mercados não mostram particular apreensão pelo momento político delicado que se vive na Suécia. Depois de ter chegado a recuar 0,28% durante a manhã, o principal índice bolsista sueco (OMX 30) segue agora a apreciar ligeiros 0,09% enquanto a coroa sueca regista uma ténue queda contra o euro de 0,05% para 0,09669 euros.
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