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Sociais-democratas suecos recuam mas resistem ao avanço da extrema-direita

Os sociais-democratas do primeiro-ministro sueco Stefan Löfven resistiram ao anunciado descalabro eleitoral nas legislativas deste domingo, ao manterem uma confortável vantagem sobre os conservadores e a extrema-direita, que não ultrapassou a barreira simbólica dos 20%, segundo as projecções mais recentes.

Reuters
10 de Setembro de 2018 às 00:43
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De acordo com as projecções feitas depois do fecho das urnas, o partido social-democrata recolherá entre 25,4% e 26,2% dos sufrágios, um recuo de cinco pontos face às legislativas de 2014, penalizado pela sua política migratória que implicou a chegada em 2016 de 160.000 requerentes de asilo, um recorde na Europa em relação com o número de habitantes.

 

Segundo o canal de televisão TV4, a coligação entre os Social-democratas, os Verdes e o Partido de Esquerda pode ficar com cerca de 40% dos votos.

 

A extrema-direita, que esperava alterar substancialmente o cenário político interno, não terá registado o avanço eleitoral desejado pelo seu presidente, Jimmie Åkesson, que ainda hoje previa "entre 20% a 30%" dos votos.

 

Com efeito, os Democratas da Suécia (SD), formação de extrema-direita, anti-imigração, nacionalista e eurofóbica, deverão obter entre 16,3% e 19,2%, após 12,9%, em 2014.

 

O escrutínio também terá sido decepcionante para os conservadores, com um recuo de cinco prontos em quatro anos, fixando-se em torno dos 18% dos votos.

 

A votação de hoje foi a primeira a ser realizada desde que a Suécia, país com uma população que ronda os dez milhões de habitantes, recebeu 163 mil requerentes de asilo em 2015, o maior rácio per capita da Europa, no acolhimento de migrantes.

 

Em poucos meses, o Governo de Estocolmo teve, no entanto, que recuar nas políticas de acolhimento, e o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven (na foto), admitiu que o país não estava a conseguir lidar com tal fluxo migratório.

 

Apesar do endurecimento das leis migratórias e do reforço dos controlos fronteiriços, muitos suecos sentem-se abalados por um crescente sentimento de insegurança, alimentado por relatos de violações, carros incendiados e violência de gangues em bairros normalmente associados com a população imigrante, e com uma elevada taxa de desemprego.

 

O cenário tem sido fértil para a agenda anti-imigração do SD, que, durante a campanha eleitoral, também anunciou a intenção de apresentar um pedido no parlamento para que a permanência sueca na União Europeia (UE) vá a referendo.

 

Na sexta-feira, o partido divulgou que o líder tinha sido ameaçado de morte.

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