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França e Alemanha querem mais intervenção de Bruxelas nas fronteiras gregas

Paris e Berlim pedem a Bruxelas que seja mais assertiva na sua intervenção nas fronteiras da União Europeia. O pedido foi feito pelos ministros do Interior dos dois países, através de uma carta. Na próxima semana há nova reunião para discutir a crise dos refugiados.

Reuters
09 de Dezembro de 2015 às 18:18
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A França e a Alemanha pediram, através de uma carta, que a União Europeia tenha uma maior força interventiva no controlo das fronteiras gregas. As duas potências europeias não estão satisfeitas com a forma como Atenas está a responder ao número de refugiados que chega à União Europeia através da Grécia. 

Paris e Berlim apelam a Bruxelas para que intervenha no controlo das fronteiras, num pedido que não se esgota nas fronteiras gregas mas que se estende às fronteiras dos restantes 27 Estados-membros. 

"Em circunstâncias excepcionais, a agência Frontex [Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-membros da União Europeia] deveria poder accionar rápidas equipas de reacção para as fronteiras através de iniciativa própria e sob a sua própria responsabilidade", escrevem os ministros do Interior da França e Alemanha em carta enviada à Comissão Europeia.

No entanto, o primeiro-ministro grego tem hesitado em aceitar a ajuda europeia, razão que poderá implicar a suspensão do país do Espaço Schengen, caso nada seja feito até à Cimeira de Líderes europeus que deverão reunir-se novamente no próximo dia 17 de Dezembro.

Já a 1 de Dezembro, o Financial Times adiantava que poderia estar mesmo em causa a saída da Grécia do Espaço Schengen

Nos pontos de trabalho para o próximo encontro fala-se de "rapidez" na correcção das falhas no controlo das fronteiras e de "medidas que desencorajem as recusas de registo" por parte dos migrantes, o que poderá ser lido como o uso de força e detenções.

Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, dizia na semana passada para os governos se prepararem para deter migrantes "o tempo que fosse necessário" para verificarem as suas identidades. Uma espera que se pode prolongar até um ano e meio. Uma posição apoiada pelos ministros francês e alemão.

Uma fonte oficial da União Europeia citada pela Reuters sublinha a "frustração" com a recusa de Atenas e Roma em forçar os migrantes que chegam ao país a ficarem em centros de recepção, recusando formar "campos de concentração". "Enquanto não existir retenção, não pode haver verificação de segurança. Por isso não pode ser opcional", afirma fonte da União Europeia. "Não vai ser uma discussão simpática, mas não temos outra solução. Existe uma obrigação em todos nós de verificar quem está a entrar no espaço de Schengen", conclui.

Gabinete alemão quer cartão de identificação para cada refugiado

 

O Ministério alemão do Interior aprovou a criação de um cartão de identificação para refugiados, para melhorar o controlo do número de requerentes de asilo que chegam da Síria, Afeganistão e outras regiões de conflito. Os novos cartões deverão começar a ser introduzidos em meados de Fevereiro e reunirão informações como a nacionalidade, o género, a data e local de nascimento, o peso, a cor dos olhos, sendo acompanhados de uma fotografia e impressões digitais. O objectivo é aumentar a capacidade de as autoridades detectarem tentativas de falsificação de identidade e, com isso, aumentarem os níveis de segurança.

 

"Os refugiados vão precisar de um cartão de identificação se quiserem receber benefícios e candidatarem-se a asilo", nota Thomas De Maiziere, ministro do Interior da Alemanha.

 

Os dados serão recolhidos no primeiro contacto com as autoridades e estarão disponíveis para consulta por parte de todas as autoridades relevantes. Os cartões irão conter também informações sobre saúde e qualificação académica e profissional dos requerentes a asilo.

 

A 31 de Dezembro deste ano terão chegado à Alemanha, no acumulado de 2015, cerca de um milhão de refugiados, apontam as estimativas. Um desafio para as autoridades locais e que está no centro das críticas, tanto pela oposição ao Governo de Angela Merkel (eleita Personalidade do Ano pela revista Time), como por alguns conservadores. Críticas que têm sido cada vez mais fortes e frequentes desde os atentados terroristas de Paris, a 13 de Novembro.

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