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Super Micro arrisca ser expulsa do Nasdaq e S&P 500
A fabricante de servidores para inteligência artificial (IA) arrancou o ano a brilhar em bolsa e atingiu máximos históricos em março. A saída da EY como auditor por "falta de confiança" nos dados fornecidos pela administração da Super Micro Computer castigou as ações, que já acumulam uma perda de 6% este ano.
O ano arrancou da melhor forma para a Super Micro Computer, fabricante de servidores que aproveitou a febre da inteligência artificial (IA) para escalar em bolsa. A 8 de março as ações da empresa fundada em 1993 atingiram um máximo histórico de 122,90 dólares e a empresa alcançou um valor em bolsa de mais de mais de 67 mil milhões de dólares.
Agora, contudo, a empresa está em vias de ser expulsa do Nasdaq e do S&P 500, onde foi integrado este ano. Tudo por causa da entrega do relatório e contas referente ao ano fiscal terminado em junho. Em agosto, a Super Micro indicou que iria atrasar a publicação do documento e o prazo finda em meados deste mês. Desde então, as ações caíram 57%. Nesse mesmo mês, a Hinderburg revelou uma forte posição a descoberto e ter levantado dúvidas sobre os dados financeiros revelados pela empresa.
As dúvidas sobre se a tecnológica conseguirá cumprir os requisitos necessários para se manter no Nasdaq e no principal índice da New York Stock Exchange (NYSE) aumentaram depois de na semana passada a Ernst & Young (EY) ter anunciado que deixava de auditar as contas da empresa por "falta de confiança nos dados transmitidos pela administração".
A Super Micro contestou as justificações da EY e disse estar à procura de um novo auditor, mas as dúvidas sobre se os prazos poderão ser cumpridos têm vindo a crescer.
"Julgo que provavelmente acabarão por sair do Nasdaq e S&P 500 por causa dos prazos", disse o analista da Wedbush Matt Bryson numa entrevista à Bloomberg.
As notícias de que os reguladores estarão a investigar queixas de antigos funcionários de que a empresa terá inflacionado as receitas também lançam maior incerteza.
"Acreditamos que existe um risco significativo de que antigos relatórios financeiros tenham de ser revistos após uma nova auditora seja contratada", escreveram numa nota os analistas da Needham, que deixou de cobrir as ações da empresa.
Caso se concretize, esta não será a primeira vez que a empresa é expulsa dos índices. Em 2019 isso aconteceu após a Super Micro ter falhado os prazos para a publicação do relatório e contas anual e vários relatórios trimestrais. A empresa voltaria ao índice em 2020.
Matt Bryson assinalou que da última vez que a Super Micro saiu dos índices o crescimento da empresa estagnou durante dois anos.
A empresa apresenta as contas trimestrais esta terça-feira, após o final da negociação. Hoje, as ações avançaram 6,42%, para os 27,70 dólares.