"Estamos a acompanhar o assunto com seriedade", disse a porta-voz da Comissão Europeia, Lucia Caudet, num email enviado à AFP, acrescentando que Bruxelas está em contacto com as autoridades norte-americanas e o grupo Volkswagen.

"As investigações estão em curso dentro da Volkswagen, bem como nos Estados Unidos e na Alemanha. Portanto, é prematuro comentar se vão ser estabelecidas medidas específicas de vigilância também na Europa e se os veículos vendidos pela Volkswagen na Europa também estarão afectados", acrescentou.

A Comissão Europeia é responsável por definir os limites de poluição nos carros e os procedimentos de teste, mas não tem controlo sobre a execução, que está a cargo das autoridades nacionais.

Ainda hoje o ministro das Finanças de França pediu uma investigação "em toda a Europa" após a revelação de que os carros a gasóleo da Volkswagen estavam munidos de um 'software' que, secretamente, falseava os testes de poluição nos Estados Unidos.

A União Europeia proíbe os chamados "dispositivos manipuladores" que têm estado no centro do escândalo nos Estados Unidos.

O grupo Volkswagen anunciou hoje que mais de 11 milhões de carros a gasóleo em todo o mundo foram equipados com um determinado tipo de motor que poderia distorcer os dados de emissões.

Em comunicado, o grupo faz questão de esclarecer que "os veículos novos do grupo Volkswagen com motores diesel UE 6, actualmente disponíveis na União Europeia, estão em conformidade com os requisitos legais e as normas ambientais", mas que os veículos "com motores tipo EA 189, envolvendo cerca de onze milhões de automóveis em todo o mundo", poderão ter discrepâncias nos dados das emissões.

A Volkswagen acrescenta estar a trabalhar "intensamente para eliminar as discrepâncias através de medidas técnicas", estando em contacto com as autoridades competentes, principalmente a KBA (Autoridade Federal Alemã de Transportes).