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Volkswagen perde quase 38% em três dias
A Volkswagen continua em rota descente. As acções já estiveram a cair quase 10% esta sessão e atingiram um mínimo de Outubro de 2011. Em três dias a fabricante já deslizou quase 38%, ou 26,2 mil milhões de euros. E está a arrastar o resto do sector.
As acções da Volkswagen continuam a registar fortes quedas, recuando 4,95% para 100,75 euros. Os títulos a fabricante de automóveis alemã já estiveram a recuar um máximo de 9,90% para 95,51 euros, o que corresponde ao valor mais baixo desde Outubro de 2011.
A queda de 4,95% desta quarta-feira, 23 de Setembro, eleva para 37,96% a descida acumulada em três dias. Em capitalização bolsista, a cotada perde já mais de 26 mil milhões de euros, valendo actualmente 50.465 milhões de euros.
A queda abrupta das acções da fabricante alemã surge depois de, durante o fim-de-semana, ter admitido ter instalado um "dispositivo manipulador" de emissões de gases em meio milhão dos seus veículos a diesel (a gasóleo) produzidos desde 2009. O caso foi descoberto nos EUA, mas esta questão pode ter-se espalhado por mais países e os números foram, entretanto, actualizados pela própria empresa.
Este escândalo está a afectar o sector automóvel um pouco por todo o mundo. Em bolsa, a Porsche desliza mais de 7%, a Renault e a Peugeot descem mais de 5%, a BMW, Hyundai e Kia caem mais de 3% e a Fiat e a Daimler recuam mais de 2%.
A Volkswagen já anunciou que vai chamar às oficinas americanas quase meio milhão de veículos nos EUA produzidos entre 2009 e 2015. As contas da EPA (Agência de Protecção Ambiental) – que ordenou o "recall" no mercado americano – apontam para uma coima de 37.500 dólares para cada veículo. A fabricante arrisca-se assim a pagar 18 mil milhões de dólares (cerca de 16 mil milhões de euros) no total.
A Volkswagen emitiu, ainda na terça-feira, um comunicado onde admite que o número de veículos afectados com este problema pode ascender a 11 milhões em todo o mundo.
A Volkswagen arrisca ainda a enfrentar um processo criminal nos EUA devido às infracções cometidas nos testes de poluição, de acordo com dois responsáveis familiarizados com o processo, citados pela Bloomberg.
O presidente executivo da fabricante, Martin Winterkorn, já pediu desculpas, mas recusa-se a abandonar o cargo de liderança da Volkswagen. Esta quarta-feira há reunião de comité executivo e na sexta-feira, 25 de Setembro, é a vez do conselho de administração se reunir.