Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Organização Internacional do Trabalho pede plano para combater elevado desemprego na Grécia

O país tem a taxa mais elevada da União Europeia - 27,9%. No total existem 1,3 milhões de desempregados, sendo que quase 75% dos desempregados no país estão sem trabalhar há mais de um ano.

Negócios 24 de Novembro de 2014 às 14:55
  • 2
  • ...

A Grécia pode estar a mostrar alguns sinais de recuperação económica, mas a elevada taxa de desemprego continua a ser um sério obstáculo para o seu crescimento.

 

A Organização Internacional de Trabalho (OIT) considera que Atenas precisa de elaborar um plano de longo prazo para combater o desemprego, sob o risco de agravar a crise económica e social.

 

Entre 2008 e 2014, a economia grega encolheu 25% do seu valor. E mesmo num cenário optimista, se a economia crescer 2% ao ano, seriam necessários 13 anos para o país regressar ao seu estado pré-crise. A percentagem de gregos em risco de pobreza aumentou dos 20% em 2008 para 44% em 2013.

 

Uma das consequências desta crise é o desemprego. O país tem a taxa mais elevada da União Europeia - 27,9% no primeiro trimestre, mais 7,2 pontos percentuais face ao terceiro trimestre de 2008, num total de 1,3 milhões. Quase 75% dos desempregados no país, são de longo prazo, isto é, estão sem trabalhar há mais de um ano. 

 

"A Grécia está num ponto crítico e para colocá-lo num caminho sustentável de crescimento, são necessárias medidas urgentes para apoiar as pessoas e as empresas", segundo Guy Ryder, director-geral da instituição. "Estas medidas devem ser definidas em conjunto pelo Governo, empregadores e trabalhadores".

 

O relatório "Productive Jobs for Greece" sugere várias medidas como: melhorar o acesso das pequenas e médias empresas (PME) ao crédito; maior facilidade na constituição de pequenas sociedades; mais parcerias público-privadas para encorajar as empresas a recrutar pessoal; aumentar a aposta no sector do turismo e na produção agro-alimentar.

 

Ao mesmo tempo, a OIT também aconselha medidas do lado dos impostos, como a redução da carga fiscal nas empresas, financiada pelo combate à evasão fiscal, e créditos fiscais para encorajar a investigação e desenvolvimento.

 

Outra das medidas para reduzir o desemprego na Grécia passa pelo aumento do financiamento ao país por parte do Banco Europeu de Investimento (BEI).

 

"De forma a aumentar o envolvimento dos investidores privados, os empréstimos públicos directos e os fundos do BEI e da União Europeia poderiam ser combinados com garantias de crédito pelo Governo. Isto pode reduzir o risco para os investidores privados e encorajar a sua participação em investimentos de projectos enquanto minimiza a dispersão de recursos públicos", segundo o relatório.

 

A OIT declara-se preparada para "cooperar com o Governo grego e os parceiros sociais, e a Comissão Europeia, que são actores essenciais" de forma a combater o desemprego.

 

O Executivo de Antonis Samaras está reunido esta terça e quarta-feira com a troika em Paris para tentar desbloquear o impasse em relação ao actual programa de resgate e para o período pós-troika.

Ver comentários
Saber mais Grécia desemprego Organização Internacional do Trabalho
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio