"Acabo de apresentar ao senhor Presidente as minhas despedidas da presidência do CES [Conselho Económico e Social] e tive ocasião para lhe agradecer a forma empenhada e sempre muito interessada com que acompanhou a actividade do CES", disse José Silva Peneda aos jornalistas à saída do encontro com Cavaco Silva.

Silva Peneda irá abandonar o cargo de presidente do CES na quinta-feira para ir desempenhar funções, em Bruxelas, como conselheiro especial do presidente da Comissão Europeia.

Por considerar que o acompanhamento do Presidente da República (PR) à actividade do CES não teve, na maior parte das vezes, expressão pública, Silva Peneda fez questão de o salientar no curto discurso de despedida que fez perante os jornalistas que o aguardavam em Belém. "Sublinho a importância, muitas vezes decisiva, que o PR teve na busca de soluções", afirmou.

O presidente do CES lembrou as centenas de horas que conviveu, ao longo de cinco anos e meio, com os parceiros sociais e com todas as organizações que integram o CES. "Com todos aprendi muito [...], a todos quero agradecer o seu empenho, a sua lealdade e a sua benevolência para com qualquer eventual falha que eu tenha cometido", disse.

Agradeceu também aos tribunais arbitrais constituídos no CES, normalmente para definir serviços mínimos em situação de greve, considerando que responderam às solicitações "de forma profissionalmente irrepreensível".

Perante as questões colocadas pelos jornalistas relativas à sua sucessão, Silva Peneda afirmou que ainda "não há decisão tomada" e que não tem competência para indicar ninguém. "Compete à Assembleia da República, a solução definitiva", disse.

Silva Peneda considerou positivo que, na semana passada, os dois partidos com maior representação no parlamento tivessem chegado a um entendimento para a marcação da eleição do novo presidente do CES para o dia 15 de maio.

Entretanto, Silva Peneda tinha marcado para quarta-feira uma reunião do Conselho Coordenador do CES, que deverá escolher um substituto para o presidente, ainda que provisório.

Sobre as funções que vai assumir na Comissão Europeia, o presidente do CES lembrou que conhece o presidente Juncker há cerca de 30 anos, conhece bem o seu pensamento político e as suas ideias e vai trabalhar com ele porque se identifica "muito com o que ele pensa".