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Saiba que profissões vão estar a dar em 2016
As empresas prevêem contratar mais. O boom tecnológico pede mais programadores e especialistas em aplicações. E o crescimento na hotelaria exige novos chefes de cozinha. O sector do marketing e vendas também tem oportunidades.
Se quer levar à letra a máxima "Ano novo, vida nova" e está à procura ou a pensar mudar de emprego, saiba que as empresas planeiam contratar mais em 2016, mas que há sectores e profissões com um futuro mais auspicioso do que outros.
Engenharias e tecnologias da informação, marketing e vendas ou turismo e hotelaria estarão "a dar" em 2016, apontam várias consultoras e empresas de recrutamento questionadas pelo Negócios.
Opinião unânime: a engenharia ligada às áreas tecnológicas vai precisar de recursos especializados em sistemas e tecnologias da informação, informática e desenvolvimento de aplicações e conteúdos para smartphones e tablets. E serão necessários mais programadores de software em determinadas plataformas (Java, .NET, PHP) e linguagens (JavaScript, HTML5, CSS3, iOS e Android). Mas também quadros especializados em segurança no mundo virtual, "big data" ou "cloud computing".
"Com o boom de 'big data' e os dados na rede a aumentarem exponencialmente, novos desafios e novas oportunidades de emprego surgirão para profissionais formados e/ou experientes em ciências da computação, matemática ou tecnologias da informação, pelo que 2016 é um ano promissor para cientistas ou analistas de dados", realça Celso Santos, responsável na empresa de selecção e recrutamento Randstad Professionals.
"Tudo o que gira à volta do novo mundo da Internet das Coisas tem um amplo espaço de crescimento, surgindo novas funções e profissões que há uns anos tinham pouca expressão, sejam de natureza mais técnica ou mais ligadas ao marketing e à gestão", acrescenta Pedro Rocha e Silva, partner da consultora Heidrick & Struggles.
Para os engenheiros, as oportunidades de emprego podem surgir ainda no ramo industrial, associadas à produção, manutenção, controlo de qualidade ou melhoria contínua, já que cada vez mais as empresas buscam a eficiência através da poupança nos custos e optimização.
A aceleração do consumo deverá levar à procura de especialistas em vendas e marketing como comerciais, gestores de conta, de produto ou de marca, de analistas de marketing e de conhecedores do marketing digital.
A internacionalização e a diversificação de mercados externos também pode levar as empresas a procurar gestores de área (focados em certa geografia ou conjunto de lojas, por exemplo) ou encarregues das vendas no estrangeiro.
Serviços geram emprego
Face à dinâmica do turismo nacional, as actividades associadas à hotelaria, viagens ou animação turística são outras que surgem como geradoras de emprego. Mais hotéis, por exemplo, podem significar recrutamento de chefes de cozinha, exemplifica Marisa Duarte, da Hays Response, empresa especializada em recrutamento de profissionais qualificados.
Já Luís Melo, partner da recrutadora de executivos Boyden, salienta a "tendência de crescimento" do emprego em call centers. "Portugal é cada vez mais um player europeu deste sector, daí que ao longo dos últimos anos o número de pessoas que emprega seja cada vez maior", explica.
"Em geral, é nos serviços que recai o maior potencial de crescimento, sendo igualmente previsível uma maior atomização do mercado, com cada vez menos grandes empresas, que têm vindo a reduzir a sua dimensão drasticamente, e uma multiplicação de pequenos negócios, como resultado do crescimento do nível de empreendedorismo no país", nota Pedro Rocha e Silva.
A mesma opinião tem Luís Melo, da Boyden: "No início da crise a maioria das pessoas foi empreendedora por necessidade, enquanto hoje já o é, muito mais, por convicção. Embora pequenas, algumas destas empresas apresentam ritmos de crescimento e criação de emprego elevados, nomeadamente no sector dos serviços e no sector das indústrias transformadoras".
Áreas a evitar
Inversamente, há actividades com profissionais a mais perante a procura. A banca, que tem sofrido reestruturações; a construção e ramos relacionados, que abrandou com a paragem nas obras públicas e o excesso de imobiliário; a advocacia e a restauração estão nesta situação.
"Sectores onde não se assiste a uma grande inovação nem disrupção nos últimos anos, sobretudo nos bens não transaccionáveis, têm libertado recursos humanos", descreve Miguel Albuquerque, responsável pela área de produtos e serviços do Hay Group Portugal.
Ainda assim, acredita que as companhias lusas vão contratar mais no novo ano, citando o estudo Workforce+Pay 2016 da Korn Ferry Hay Group, que conclui que três em cada quatro empresas estimam recrutar novos colaboradores em Portugal.
"A procura por profissionais qualificados tem vindo a aumentar, e essa tendência deverá manter-se, e muito provavelmente aumentar, em 2016", concorda Marisa Duarte, da Hays Response.
Mesmo manifestando "elevados níveis de incerteza", a melhoria dos índices de confiança face ao futuro registado no país permitirá antecipar essa evolução, também considera Pedro Rocha e Silva.
A engenharia ligada às tecnologias da informação deverá precisar de programadores e especialistas em conteúdos para smartphones e tablets bem como colaboradores formados em segurança na web, big data e cloud computing. Por outro lado, o aumento do consumo deverá puxar pelas profissões ligadas ao marketing e vendas. E o turismo a crescer exigirá mais quadros especializados, como chefes de cozinha.