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BBVA prevê mais défice do que o Governo e alerta para “riscos de desvio” elevados

O banco espanhol mantém as estimativas de crescimento para a economia portuguesa de 1,3% em 2016, e revê em alta as projecções para o défice, que deverá fixar-se em 2,6%. As previsões do Governo são demasiado "optimistas", alerta o BBVA.

25 de Fevereiro de 2016 às 15:41
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O BBVA está menos optimista do que o Governo de António Costa sobre a evolução da economia portuguesa este ano. O banco antecipa menos crescimento e mais défice, considerando que há "riscos de desvio" elevados face às previsões contidas no Orçamento do Estado para 2016.

 

Numa nota de "research", o BBVA destaca que a descida dos preços da energia deveria suportar a procura, mas a maior incerteza sobre o crescimento global e as variáveis financeiras pode ter um impacto sobre as exportações e o investimento. Por essa razão, o banco mantém a sua estimativa de crescimento para a economia portuguesa de 1,3%, abaixo dos 1,8% esperados pelo Executivo.

 

Para este ano, os riscos de desvio das metas "são altos", sobretudo porque o Governo foi "optimista" nas suas previsões, consideram os analistas.

 

"Os riscos de desvio são altos, sobretudo porque as perspectivas económicas do Governo continuam a ser, em nossa opinião, optimistas, enquanto o aumento das tensões financeiras poderá acabar por ter peso sobre o pagamento de juros da dívida", nota o relatório.

 

Assim, o BBVA acredita que o país deverá fechar o ano com um défice de 2,6% do PIB, acima da meta de 2,2% definida pelo Governo. "Devido a esta previsão e aos maiores 'spreads' da dívida, os riscos de incumprimento do objectivo de défice são elevados", destaca a nota de análise do banco espanhol.

 

O BBVA nota que, nos últimos meses, os factores que têm suportado o crescimento se mantiveram – como os preços baixos das matérias-primas, a política monetária acomodatícia e o menor ajustamento orçamental. Contudo, houve uma deterioração do contexto global e "um forte aumento da incerteza política a nível nacional".

 

"Por isso, esperamos um menor dinamismo das exportações, que irão prejudicar também as decisões de investimento num contexto de moderação da procura doméstica, e uma maior incerteza", referem os analistas. Por outro lado, "a baixa inflação e a melhoria do mercado de trabalho continuarão a sustentar o consumo das famílias, embora de forma mais moderada após o forte crescimento de 2015, devido ao desaparecimento do efeito favorável de alguns dos suportes positivos".

 

 

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