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Economistas: Portugal está fora da zona de perigo orçamental
Uma "pool" de economistas consultados pela Bloomberg estima que oito países da União Europeia vão superar os limites do défice estabelecidos por Bruxelas. Portugal não está na zona de risco. Ainda que esteja muito próximo.
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Portugal deverá fechar o ano de 2016 com um défice de 2,9%, estando excluído, por isso, do grupo de países da União Europeia que se encontra na chamada "zona de perigo orçamental" – países cujo défice orçamental deverá superar os 3% do PIB, o limite estabelecido por Bruxelas.
Quem o diz é a Bloomberg, baseada nas estimativas de uma "pool" de economistas, que incluem na "zona de perigo" oito países da UE.
Cinco Estados-membros deverão quebrar a fasquia dos 3% este ano - Croácia, França, Espanha, Grécia e Reino Unido – e três ficarão mesmo no limiar – Finlândia, Polónia e Roménia.
Ainda que Portugal esteja fora da lista dos países que correm o risco de incumprir com as metas estabelecidas pela União Europeia, os economistas estão mais pessimistas em relação às contas nacionais do que o Governo, que estima um défice orçamental de 2,2% para 2016.
Bruxelas exige que os governos reduzam os défices orçamentais para menos de 3% do Produto Interno Bruto e cortem a dívida para menos de 60% do PIB, sob pena de serem aplicadas multas aos incumpridores (ainda que isso nunca tenha acontecido, apesar das violações constantes).
A crise financeira de 2008 é apontada pelos economistas como a principal responsável pelo histórico de "incumprimentos" destes limites.
A União Europeia passou de duas violações dos limites, em 2007 (Grécia e Hungria), para 22 em 2009 (incluindo a Alemanha e a Áustria). Nesse período, o défice médio na União Europeia passou de 0,9% para 6,7%.
Se as previsões dos economistas se revelarem acertadas, o grupo de "incumpridores" de 2016 será o mais pequeno dos últimos nove anos.
Segundo a "pool" de economistas consultada pela agência noticiosa, há dois países que ainda vão superar o limite do défice no próximo ano: Croácia e França (4,1% e 3,2%, respectivamente). Já a Polónia e a Roménia deverão registar défices de 3% em 2017. No lado oposto do ranking encontra-se o Luxemburgo, que deverá fechar o ano de 2017 com um excedente de 0,5% do PIB.