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Grécia e BCE vão preparar plano de contingência para bancos gregos se houver corrida aos depósitos

Atenas e Frankfurt querem estar preparados para uma corrida aos bancos. O governador do banco central da Grécia e o presidente do Banco Central Europeu (BCE) vão reunir-se esta semana. Em cima da mesa, vai estar a criação de um plano de contingência para os bancos gregos.

Reuters
05 de Janeiro de 2015 às 16:04
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Yannis Stournaras, antigo ministro grego das Finanças e actual governador do banco central da Grécia, e Mario Draghi vão reunir-se em Frankfurt na quarta-feira, 7 de Janeiro, durante o encontro do Conselho do Banco Central Europeu para preparar medidas para colmatar uma eventual falta de liquidez que possa vir a ter lugar antes e depois das eleições legislativas marcadas para 25 de Janeiro.

 

Os responsáveis receiam que uma vitória do Syriza, que defende o fim da austeridade, possa levar os depositantes a tirar o seu dinheiro dos bancos gregos. A informação é avançada pela imprensa grega e replicada pela agência espanhola Efe esta segunda-feira, 5 de Janeiro.

 

Os bancos gregos defendem que a euforia pré-eleições deve ser evitada de forma a que a Grécia tenha acesso a fontes de liquidez sem se deparar com a oposição dos seus parceiros da Zona Euro.

 

Uma fonte do banco central grego reconheceu que "houve uma certa redução de depósitos nos bancos" durante o mês de Dezembro, mas está ao nível do mesmo período do ano passado. "O banco central estima que esse dinheiro destinou-se ao pagamento de impostos e ao consumo na época do Natal", disse esta fonte à Efe.

 

No entanto, apesar de fontes oficiais em Atenas e Frankfurt garantirem que não existem motivos para os bancos gregos entrarem em pânico, uma fonte do sector confessou que cresce o receio que venha a ter lugar uma corrida aos depósitos ou uma fuga de capitais do país. 

 

A partir da Grécia, o principal candidato à vitória nas eleições já garantiu que os depósitos serão protegidos. "Um Governo do Syriza e dos seus aliados vai proteger os depósitos dos cidadãos nos bancos gregos, em cooperação com o Banco Central Europeu e os parceiros europeus", disse Alexis Tsipras na passada semana.

 

Este fim de semana, o líder do Syriza enviou um recado a Mario Draghi e ao BCE no seu discurso de arranque de campanha. Alexis Tsipras defende que a Grécia também deve ser contemplada se o BCE aprovar o programa de compra de dívida pública ("quantitative easing"). A próxima reunião da autoridade monetária está agendada para 22 de Janeiro, três dias antes das eleições no país.

 

Ao mesmo tempo, Tsipras voltou a defender a necessidade de o país reestruturar a sua dívida para se tornar sustentável. "A austeridade é irracional e destrutiva. Para pagar dívida é preciso uma reestruturação audaz", sublinhou, citado pela Reuters.

 

E assegurou que o objetivo do Syriza é reestruturar a dívida "com medidas que não provoquem danos aos povos europeus, recorrendo a mecanismos europeus".

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