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BCE estuda três hipóteses de compra de dívida pública
Em cima da mesa para análise no dia 22 de Janeiro deverá estar a compra de dívida publica de acordo com a dimensão das economias que poderá ficar no balanço do Banco Central Europeu ou no dos bancos centrais nacionais, e a compra de títulos apenas com rating máximo.
No próximo dia 22 de Janeiro, dia da próxima reunião do BCE, os governadores do euro deverão ter à sua frente três hipóteses de compra de dívida púlbica, com implicações diferentes em termos assunção de risco para o BCE, escreve terça-feira, dia 6 de Janeiro, um jornal holandês, citado pela Reuters.
Uma primeira hipótese, já referida no final de 2014 por Vítor Constâncio, vice-presidente do BCE, passa pela compra de dívida pública dos vários países da Zona Euro, repartida de acordo com a chave de capital de cada país no banco central (a qual é calculada a partir do peso da respectiva economia), escreve o Het Financieele Dagblad, que cita fontes não identificadas.
Uma outra hipótese, que tem já vindo a ser debatida para acalmar o cepticismo dos que se opõem à tomada de risco pelo BCE (nomeadamente comprando dívida de países em dificuldades e onde a reestruturação de dívida é debatida), passa pela compra pelo BCE de dívida apenas com "ratings" máximos, uma hipótese que foi recentemente admitida por Peter Praet, o economista-chefe do BCE. Nesta estratégia, o objectivo seria fazer com que os juros destas obrigações caissem para próximo de zero ou até para terreno negativo, empurrando os investidores para dívida mais arriscada, pública e privada.
Uma terceira hipótese, continua o mesmo jornal, é avançar com a compra de dívida de acordo com a chave de capital de cada país, mas garantir que esta fica registada nos balanços dos respectivos bancos centrais nacionais (à semelhança do que aconteceu com os empréstimos de emergência a bancos durante a crise), o que garantiria que o risco da compra da dívida ficaria entregue aos contribuintes de cada Estado-membro.
A hipótese do BCE avançar com um programa alargado de activos, incluindo dívida pública, tem vindo a ser considerada como cada vez mais provável, à medida que a recuperação europeia e a inflação dão sinais de fragilidade. Quarta-feira, dia 7, será conhecida a estimativa rápida de inflação para a Zona Euro em Dezembro, assim como os dados de emprego.