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Euro atinge mínimo de quase nove anos abaixo de 1,20 dólares

A moeda europeia acelerou a tendência negativa depois de ter quebrado a barreira dos 1,20 dólares. A perspectiva de que o BCE vai avançar para a compra de dívida pública levou o euro para mínimos desde Março de 2006.

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Está a ser um arranque de ano em forte queda para a moeda europeia. Na segunda sessão de 2015 o euro atingiu o valor mais baixo em quase nove anos, pressionada sobretudo pela perspectiva de que o Banco Central Europeu (BCE) vai avançar para o programa de compra de dívida pública com o objectivo de impedir a deflação na Zona Euro.

 

No arranque da sessão, em Tóquio, a moeda europeia começou por negociar abaixo dos 1,20 dólares, em mínimos desde Junho de 2010. A descida desta importante fasquia fez acelerar a queda da moeda europeia, que rapidamente caiu até 1,1864 dólares, o valor mais baixo desde Março de 2006.

 

Já na sexta-feira, primeira sessão nos mercados em 2015, o euro tinha registado uma forte queda, em reacção às palavras proferidas nesse dia por Mario Draghi. Numa entrevista concedida ao jornal económico alemão Handelsblatt, o presidente do BCE admitiu que existe o risco de deflação na Zona Euro, afirmando que "os riscos são limitados mas temos que agir contra esses riscos".

 

Nesta entrevista, o italiano Mario Draghi admitiu ainda que "o risco de não cumprirmos o nosso mandato de estabilidade de preços é hoje maior do que era há seis meses".

 

"As razões para vender o euro ficaram muito claras neste fim-de-semana: Draghi deu mais um passo para avançar para o ‘quantitative easing’ e aumentaram os receios sobre a situação política na Grécia", comentou à Bloomberg um economista do Westpac Banking, Sean Callow, assinalando que o euro "estava tão perto de quebrar a barreira dos 1,20 dólares que não são precisas mais notícias para motivar a forte queda da moeda".

 

Depois de ter valorizado 13% em 2014 face ao euro, a moeda norte-americana reforça assim o ganho. Num mundo a dois ritmos, em que os EUA lideram a recuperação e a Europa ainda luta para dar os primeiros passos rumo à retoma, a política monetária foi determinante para a evolução cambial. Enquanto o Banco Central Europeu colocou a sua taxa directora próxima de zero, em 0,05%, a Reserva Federal dos EUA está a preparar os mercados para a normalização das taxas de juro na maior economia do mundo.

 

É também esta perspectiva de subida de juros nos EUA que está a impulsionar o dólar, que no arranque da primeira sessão da semana está a ganhar terreno face a todas as 10 principais divisas mundiais.

 

Situação política na Grécia assusta

 

A contribuir para a debilidade do euro está também a situação política na Grécia, num fim-de-semana em que foi notícia a disponibilidade da Alemanha para o país do Sul da Europa abandonar o euro.    

 

O parlamento grego anunciou na quarta-feira a sua dissolução e confirmou a realização a 25 de Janeiro de eleições legislativas antecipadas, para as quais o partido de esquerda radical Syriza surge como favorito nas sondagens. 

 

As sondagens mais recentes, citadas pela Reuters, dão vantagem ao Syriza com 30,4% contra os 27,3% do partido Nova Democracia, de Samaras. A sondagem é da Rass e foi realizada para o jornal Eleftheros Typos, tendo sido conduzida a 29 e 30 de Dezembro, já depois de se saber que iria haver eleições antecipadas.  

 

A edição online da revista Spiegel noticiou este fim-de-semana que Angela Merkel e o seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, mudaram de opinião e agora "consideram sustentável uma saída do país da moeda única, devido a progressos feitos pela zona euro desde o auge da crise, em 2012".

 

Georg Streiter, porta-voz do Governo germânico, disse este domingo à France Presse que a Alemanha está confiante de que a Grécia vai honrar os seus compromissos com o programa de resgate da União Europeia (UE). "A Grécia cumpriu as suas obrigações no passado. O Governo assume que a Grécia vai continuar a cumprir os seus compromissos contratuais" com os seus credores, afirmou.

 

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